Ministro angolano lamenta morte de estudante e aponta interferência política nas manifestações

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Manifestante pontapeia uma lata de gás lacrimogéneo atirada por polícias durante a manifestação anti-governo, em Luanda, 11 novembro 2020

Francisco Queiroz fala em tensão e reconhece excesso da polícia

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos de Angola lamentou a morte de um estudante durante as manifestações do dia 11 de novembro, que aconteceram num momento de tensão, mas criticou o aproveitamento político da situação da pandemia e dos protestos.

Francisco Queiroz considerou que “o que se passou foi uma situação de tensão, num momento de grande nervosismo, de grandes dificuldades”, e que teve um aproveitamento político, sem dizer de quem.

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As declarações do governante angolano foram feitas após um encontro mantido nesta terça-feira, 17, em Luanda, com a embaixadora da União Europeia em Angola, que defendeu o respeito pelas liberdades em Angola.

Queiroz acrescentou que “a população, naturalmente e legitimamente, quis dialogar com o Governo sobre essa situação, um diálogo reconhecido constitucionalmente e que tem de ser respeitado”, mas que teve “um aproveitamento dessa situação, um aproveitamento político que acabou por introduzir na manifestação normal, no dialogo normal, uma reivindicação política inusitada que tinha a ver com os processos eleitorais das autarquias”.

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O ministro reconheceu que as manifestações são um direito constitucional que não têm de ser autorizadas, mas lembrou que têm de acontecer “dentro da lei” e sem que “haja perturbação da ordem pública e da tranquilidade”.

Sem acusar a polícia, Queiroz disse, no entanto, que “a quem tem de garantir a ordem e tranquilidade pública, também se recomenda que ajam de acordo com as regras, com profissionalismo, para se evitarem choques e que redundem em situações de privação de liberdade ou outras”.

No entanto, ele revelou que a morte do estudante Inocêncio de Matos está a ser investigada para se apurar as circunstâncias.

“Lamentamos profundamente tudo o que acontece de mal sobretudo quando se perde a vida de um cidadão, é uma situação que não podemos deixar de lamentar, mas não podemos especular”, concluiu o ministro da Justiça e Direitos Humanos.

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