As mulheres da Guiné-Bissau, no país e no exterior, dizem estar cansadas da instabilidade no país e decidiram erguer a sua voz para defenderem os seus filhos.
A iniciativa, considerada única, por reunir mulheres de todos os sectores profissionais e sociais, denomina-se "Mindjeris di Guiné No Lanta", ou seja mulheres da Guiné erguemo-nos.
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A associação na forma abreviada Miguilan não quer ver passar a caravana habitual “que provoca a instabilidade no país” e sai “em defesa dos seus filhos, de todos os filhos da Guiné-Bissau”, disse à VOA a cantora Kadyna Gomes.
Para o Miguilan, a decisão do Chefe de Estado "mergulhou a Guiné-Bissau em nebulosas de insegurança, instabilidade, ilegalidade", daí o seu surgimento em Agosto, mas só agora começa a ganhar corpo.
“É triste ver como os filhos das mães guineenses aqui em Portugal, onde moro, estão desenraizados e quando os pais querem regressar à guiné, a instabilidade reaparece”, lamenta Kadyna.
A cantora diz que depois de um ano em que a situação no país estava a melhor consideravelmente, "são visíveis os sinais da crise, a nível de medicamentos, do ano escolar que por pouco não inicia, etc".
A organização considera-se apartidária, mas segundo Karina Gomes, a sua intervenção já começou a fazer-se com cartas enviadas ao Presidente da República e outras personalidades.
Ela acredita, no entanto, que a intervenção de Miguilan será muito maior, dentro e fora do país.
“Vamos, para além da divulgação e actividades tradicionais, apostar em actividades directas, influenciando as pessoas e comunidades com quem convivemos porque a nossa organização encontra-se dentro e fora da Guiné”, explica a cantora, um dos integrantes da associação.
Mindjeris di Guiné No Lanta foi fundado por 29 guineenses de várias profissões e já tem cerca de 80 membros.