A guerra em Angola terminou há 18 anos, mas algumas das suas consequências parecem resistir no tempo pois os acidentes com minas na província da Huíla continuam a semear o luto e a dor entre as famílias
A mais recente vítima mortal de um acidente com mina é um adolescente de 15 anos que perdeu a vida no dia 8 de abril, na comuna da Quilemba, nos arredores do município do Lubango.
Apesar dos campos de minas estarem devidamente delimitados na zona, Tomás Calundungo, do Departamento Provincial do Instituto Nacional de Desminagem da Huíla, revela que os riscos de acidentes com minas são reais e que há um trabalho longo a fazer.
“A Huíla foi um campo de batalha principalmente no leste nos municípios de Kuvango, Jamba e Chipindo”, explica Calundungo, que garante: “logo que haja condições, as equipas de desminagem vão atacar os campos.”.
Aquere responsável afirma que há muito trabalho a fazer e nota que na Europa ainda se encontram explosivos da Primeira Guerra Mundial que terminou em 1918.
Entretanto, 103 engenhos explosivos não detonados foram recolhidos e destruídos no município da Humpata.
O administrador municipal adjunto da Humpata, Zeca Eduardo, assinalou o acto como um marco relevante na libertação de zonas minadas.
Dados oficiais indicam que o Governo angolano e os seus parceiros já gastaram, com o processo de desminagem das diferentes fases dos conflitos que ensombraram o país, cerca de 500 milhões de dólares americanos.
No início, a desminagem tinha como prioridade libertar áreas para o relançamento da agricultura, pecuária, indústria, turismo além da circulação de pessoas e bens.