A duas semanas do 13º congresso ordinário, militantes com mais de 40 anos na Unita alertam que o partido poderá somar prejuízos se o presidente não for o cabeça-de-lista nas eleições gerais de 2022.
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Um cenário destes tem sido colocado sobre a mesa até por candidatos à presidência, apoiados nas teses para o conclave, mas alguns militantes avançam já que a conquista do eleitorado angolano será complexa.
Outros pensam o contrário.
As palavras de Alcides Sakala Simões, que deixou uma mensagem de união na província de Benguela, afastando rumores de divisões étnicas e raciais, mostram que o sucessor de Isaías Samakuva pode não ser o candidato da Unita a Presidente da República.
"Vai haver um debate no congresso, que terá de tomar resoluções. Se esta for a vontade dos militantes… só teremos de cumprir’’, garante o candidato.
Esta dúvida vai ser dissipada até 15 de Novembro, o terceiro e última dia do congresso, mas a militante Piedade Antunes, com mais de 40 anos de casa, antecipa já que vota contra a alteração estatutária que muitos admitem.
"Estamos convictos de que o presidente que ganhar vai ser o nosso candidato nas eleições gerais, não temos outra preferência. Isto porque um outro vai ter dificuldade para conquistar o eleitorado em 2022’’, refere a delegada ao congresso.
Na Unita desde 1966, ano da fundação, o brigadeiro na reserva Mário Chilumlu lembra, aliás, que o eleitorado engloba todos os angolanos, independentemente da cor partidária, sobretudo os cidadãos em situação de miséria.
"A Unita foi criada para defender o povo, criar condições para este povo, para os mais explorados", sustenta o ex-militar.
Militantes da Unita ouviram Alcides Sakala assegurar também que o partido estuda a possibilidade de eleições primárias nos próximos anos.