Milícias apoiadas pelos Estados Unidos retomaram completamente a cidade síria de Raqqa do Estado Islâmico, informou o grupo de monitorização Observatório Sírio dos Direitos Humanos nesta terça-feira.
A queda de Raqqa, onde o Estado Islâmico realizou desfiles eufóricos depois de uma sequência de vitórias em 2014, é um símbolo contundente do declínio do movimento jihadista. Foi de Raqqa que o grupo planeou vários ataques no exterior.
As Forças Democráticas da Síria (FDS), uma aliança de milícias curdas e árabes apoiadas por uma coligação internacional liderada pelos EUA, têm enfrentado o Estado Islâmico dentro de Raqqa desde Junho.
Uma testemunha da Reuters disse que os combates parecem perto do fim, tendo se reduzindo a disparos esporádicos. Combatentes comemoraram nas ruas, entoaram palavras de ordem e hastearam uma bandeira no estádio de Raqqa.
Um porta-voz das FDS disse que a aliança capturará as últimas áreas controladas pelo Estado Islâmico na cidade dentro de horas. O estádio e um hospital, que as FDS afirmam ter tomado no início desta terça-feira, eram as últimas bases dos jihadistas.
Um comandante de campo local disse que nenhum combatente do grupo permaneceu no estádio ou no hospital, dois pontos centrais nos quais o Estado Islâmico ficou entrincheirado e onde as FDS disseram ter concentrado os combates da noite de segunda-feira e do início desta terça-feira.
“Sabemos que ainda há artefactos explosivos improvisados e armadilhas explosivas dentro e entre as áreas que o Estado Islâmico ocupou, então as FDS continuarão a vasculhar as áreas deliberadamente”, informou o coronel Ryan Dillon, porta-voz da coligação.
Como sinal de que os quatro meses da batalha de Raqqa estão nos estágios finais, Dillon disse que a coligação não realizou ataques aéreos no local na segunda-feira.
O Estado Islâmico perdeu porções de território na Síria e no Iraque neste ano, incluindoa sua posse iraquiana mais valiosa, a cidade de Mosul, e em solo sírio foi obrigado a recuar para uma faixa do vale do rio Eufrates e o deserto ao redor.
Reuters