A ministra moçambicana da Administração Estatal,Carmelita Namashulua, diz que a partir deste mês, 29 mil funcionários públicos serão desactivados do sistema de pagamento do Estado, por não se ter provado a sua existência real.
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Trata-se de funcionários que desde 2015 constam da folha salarial da função pública, mas que nos recenseamentos para a prova de vida nunca compareceram.
Com isso, as autoridades admitem que eram funcionários fantasmas criados por agentes da corrupção, que rendiam mais de 16 mil milhões de meticais por ano.
Esquemas na energia e combustíveis
Por outro lado, os sectores de procurement para obras e contractos do Estado, e não só, constituem um dos ninhos de maior destaque no que à corrupção diz respeito.
Se a cobrança das chamadas "luvas" ou nos níveis mais populares, o "refresco", são as formas mais comuns, o Centro de Integridade Pública (CIP) fala de sobrefacturações, como uma das faces mais rentáveis para os agentes da corrupção e aponta a área de energia e combustíveis, como exemplos.
Inocência Mapisse, pesquisadora do CIP, diz que entre 2013 a 2015, o Estado perdeu mais de 80 milhões de dólares, em esquemas de sobrefacturação.
Ao nível da Procuradoria Geral da República constam mais de 900 casos de agentes do Estado, incluindo gestores públicos de topo com processos em curso, por envolvimento em actos corruptos ou desvios de fundos.
São casos que revelam alguns sinais no combate, mas a realidade mostra que a corrupção está ainda longe de ser eliminada.