Mais de um milhão de crianças moçambicanas envolvidas no trabalho infantil

Cerca de seis mil meninas deixaram a escola devido a casamentos precoces.

Cerca de um milhão e 100 mil crianças em Moçambique estão envolvidas no trabalho infantil, revelou um estudo realizado por investigadores da Universidade Eduardo Mondlane.

O levantamento realizado em nove províncias do país concluiu que 96 por cento delas trabalham na agricultura familiar e no comércio informal.

Ao comentar o estudo num seminário onde o mesmo foi divulgado, nesta sexta-feira, 24, a ministra do Trabalho Vitória Diogo afirmou que “não é mau que as crianças trabalhem, desde que as tarefas não exijam muito esforço e não as prive de gozar os seus direitos”.

Por sua vez, o vice-ministro do Género, Criança e Acção Social Lucas Mangrasse apontou o dedo à família, que, segundo ele, é incentivado no ambiente familiar, onde deve ser feita a sensibilização

Casamento precoce

Outro problema social com que Moçambique defronta é o aumento de casamentos precoces.

O ministro da Educação e Desenvolvimento Humano revelou em Manica na quinta-feira, 23, que pelo menos seis mil alunas abandonaram a escola nos últimos dois anos no país.

Jorge Ferrão indicou que parte considerável destes casamentos foi com o consentimento dos pais e encarregados de educação e algumas das raparigas casaram-se com 13 e 15 anos de idade, comprometendo o seu futuro.