Agências das Nações Unidas em Moçambique alertam para a possibilidade de a pressão da migração ilegal e os refugiados afectarem a segurança alimentar e colocarem um peso adicional ao desenvolvimento do País.
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Esta segunda-feira, 16, em Maputo, o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o Programa Mundial da Alimentação (PMA) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) promoveram uma conferência de imprensa conjunta, alusiva ao Dia Mundial de Alimentação.
O lema escolhido para esta celebração foi “Raízes da Mudança: Fazer a Migração funcionar para o desenvolvimento rural”, que tem em conta o facto de que a migração forçada está enraizada em conflitos, instabilidade política, pobreza extrema, fome, degradação ambiental e os impactos das mudanças climáticas.
Para o representante do FAO em Moçambique, Castro Camarada, trata-se de um desafio para o país, porque dada a sua localização geográfica, coloca-se numa situação de ser uma grande rota de migrantes.
"O conflito de Moçambique também, infelizmente, gera alguns migrantes internos, que se deslocam de algumas áreas para outras, e são, essencialmente populações rurais; nós temos procurado apoiá-las para que e comecem a sua actividade nas novas zonas para onde se deslocam", afirmou o representante do FAO.
Para a representante do PMA em Moçambique, Karin Mamente, "depois de muitos anos de paz, Moçambique tem sido visto como um paraíso seguro para migrantes, acolhendo actualmente mais de 20 mil refugiados".
Ela destacou que Moçambique precisa de resolver os seus problemas de segurança alimentar e nutricional, tanto para o progresso do seu povo como também para que a pressão da migração ilegal e os refugiados não coloquem um peso adicional ao desenvolvimento do país".
Entretanto, para a chefe da Missão da Organização Internacional para as Migrações, Katharina Schnoring, existe um lado positivo das migrações, apontando o caso dos 27 mil moçambicanos que trabalham nas minas e explorações agrícolas na vizinha África do Sul, "que enviam remessas para as suas famílias afectadas pela seca, sobretudo nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane".