O antigo advogado pessoal do Presidente dos Estados Unidos, Michael Cohen, revelou que Donald Trump o orientou a fazer pagamentos para comprar o silêncio de duas mulheres durante a campanha presidencial de 2016 e sabia que as acções eram erradas.
A acusação de Michael Cohen foi feita uma entrevista à cadeia de televisão americana ABC divulgada nesta sexta-feira, 14, dois dias depois dele ter sido condenado a três anos de prisão por violar leis federais de financiamento de campanha e mentir ao Congresso.
“Ele me instruiu a fazer os pagamentos. Ele me instruiu a me envolver nestas questões”, disse Cohen, acrescentando que Donald Trump “estava muito preocupado sobre como isso afectaria a eleição” se os eleitores soubessem dos casos mantidos com uma ex-modelo da Playboy e uma actriz pornográfica.
Mais à frente, o advogado reiterou que “"Eu não vou ser o vilão desta história".
“Ele sabe a verdade, eu sei a verdade, e a verdade é esta: os americanos e o mundo sabem que ele não está a falar a verdade”, acrescentou Cohen, reiterando que os pagamentos visavam “ajudar (Trump) e a sua campanha”.
A lei federal estipula que contribuições de “qualquer coisa de valor” a uma campanha devem ser informadas e limitadas a 2.700 dólares por pessoa.
Na quinta-feira, após a condenação de Cohen, o Presidente afirmou pelo Twitter que nunca ordenou que o então advogado violasse a lei.
Além do escândalo envolvendo as duas mulheres, Cohen foi condenado por evasão de divisas e por ter mentido ao Congresso sobre a construção de uma Trump Tower em Moscovo, na Rússia.