Os Estados Unidos da América estão em rota de colisão com a África do Sul sobre o programa da expropriação da terra sem compensação defendido pelo governo sul-africano.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, instruiu o seu Secretário de Estado para monitorar com atenção a situação.
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Em comunicado, a chefe da diplomacia sul-africana, Lindizwe Sisulu, afirma que tomou nota de comentários infelizes no Twitter pelo Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump sobre a redistribuição da terra e crime.
Segundo o comunicado, Lindiwe Sisulu considera que a mensagem de Trump é baseada em falsas informações e instruiu oficiais do seu ministério para se reunirem com o pessoal da Embaixada norte-americana em Pretória, nesta quinta-feira, para a clarificação do assunto.
O comunicado refere ainda que a ministra vai se comunicar com o seu homólogo americano, Mike Pompeo, através de canais diplomáticos.
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Sisulu disse que a África do Sul tem boas relações politicas, económicas e comerciais com os Estados Unidos da América e os canais diplomáticos permanecem abertos para clarificação de assuntos de interesse mútuo.
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Malema furioso
O comunicado termina indicado que as novas informações vão ser dadas depois da reunião entre oficiais do ministério sul-africano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e da embaixada Americana em Pretória.
Entretanto, o partido para Liberdade Económica (EFF) reagiu furiosamente através do seu líder, Julius Malema, apelando aos Estados Unidos da América para não se intrometer nos assuntos domésticos da África do Sul.
Malema afirma que quer enviar uma forte mensagem às autoridades americanas para estarem fora dos assuntos domésticos sul-africanos.
A África do Sul é um pais mergulhado em profundas desigualdades raciais desenhadas há muito tempo pelo apartheid e colonialismo. Para Julius Malema, o programa da expropriação da terra procura reconhecer o ideal de igualdade e dignidade humanas.
O jornalista e analista, António Ramos, considera que a questão da terra em qualquer parte do mundo é um assunto de soberania. Ramos suspeita que haja agenda desconhecida promovida por falsas informações.
O governo sul-africano tenciona expropriar a terra sem compensação usando ditames da constituição sem perturbar a produção agrícola. O assunto ainda está a ser debatido no Parlamento visando o seu enquadramento na Constituição, a lei-mãe do país.