O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior partido da oposição, vai marchar até à Procuradoria-Geral da República (PGR), onde irá entregar uma queixa-crime relativa às dívidas ocultas.
A realização da marcha foi decidida num encontro que reuniu delegados das províncias de Maputo, Gaza, Inhambane e Maputo-Cidade, em que o escândalo das dívidas não declaradas foi um dos temas debatidos.
A data deve ser anunciada em breve e o partido reitera que não vai aceitar o resultado das eleições gerais de 15 de Outubro.
Augusto Pelembe, quadro sénior do MDM, disse que a marcha vai partir da avenida Eduardo Mondlane até à Procuradoria-Geral da República, “onde iremos entregar uma queixa-crime, para que a sociedade possa perceber que nós não podemos viver situações anómalas como esta das dívidas ocultas".
Pelembe anunciou também que o MDM não vai aceitar os resultados das eleições legislativas, presidenciais e das assembleias provinciais de 15 de Outubro próximo.
"Constatámos que houve várias irregularidades que constituem motivo para que o processo eleitoral seja invalidado. Nós não vamos aceitar os resultados destas eleições", afirmou Augusto Pelembe.
Por seu turno, António Muchanga, destacado membro da Renamo, diz ser estranho o silèncio da PGR, relativamente à alegada circulação de boletins de voto.
"Circularam muitos boletins de voto fora do circuito normal, já preenchidos a favor de algumas candidaturas, e a Procuradoria-Geral da República não diz nada sobre isso", lamentou António Muchanga.
Apesar de não ter decidido ainda sobre os recursos apresentados pelo oposição, que pediu a anulação das eleições de Outubro, o Conselho Constitucional já anunciou a posse do Presidente Filipe Nyusi para o dia 15 de Dezembro.