Mazula foi presidente da comissão nacional eleitoral nas primeiras eleições multipartidárias em Moçambique.
Em Moçambique recomeçaram hoje as conversações entre o governo e Renamo o principal partido da oposição.
Entrevistado pela VOA, o académico Brazão Mazula diz que nas actuais negociações para por fim à tensão política em Moçambique, tudo deve ser feito para que a Renamo participe nas próximas eleições.
Mazula, que foi presidente da comissão nacional eleitoral nas primeiras eleições multipartidárias em Moçambique, defende a manutenção da lei de consenso que vigorou nessas eleições em 1994.
Mazula disse ser preocupante o mau relacionamento entre o governo e a Renamo, mas entende que os actuais contactos entre as partes podem contribuir para desanuviar a actual tensão política no país.
Falando à Voz da América, Brazão Mazula considerou que o país não está saudável.
Realçou que “a minha opinião é que é sempre saudável um encontro entre o governo e a Renamo, e diria mesmo que isso dá um alento à sociedade, pelo que a expectativa de todos nós é que eles cheguem a um entendimento que desanuvie a tensão política no país, por causa do relacionamento entre as duas partes”.
Para o académico, é difícil compreender o actual posicionamento destes dois actores políticos depois de 20 anos de paz, “mas uma vez que tiveram a coragem de se reunir, a minha expectativa é que construam um consenso à volta das questões que estão a discutir, e, sobretudo, que cheguem a um entendimento, de maneira que as eleições se realizem com o envolvimento de todos os partidos políticos, incluindo a Renamo”.
Segundo Brazão Mazula, a Renamo distanciou-se do processo eleitoral a partir da Assembleia da República, na discussão do pacote eleitoral, “e isso também agravou a tensão política no país, pelo que este diálogo deve criar em todos nós uma expectativa que termine em concessões de ambas as partes.
“Quando há diálogo, um cede e o outro também cede e assim ninguém perde. Eu acho que a paz deve estar acima dos interesses partidários de cada um deles. Será saudável se a Renamo participar nas eleições, e se possível nas eleições autárquicas (de Novembro próximo), frisou o académico.
A uma pergunta da Voz da América se a experiencia da comissão que dirigiu as primeiras eleições multipartidárias em Moçambique pode ser aplicada nos próximos pleitos eleitorais, Mazula respondeu: “o que eu advogo muitas vezes é que há um valor da lei de 1993 que orientou as eleições de 1994, que eu penso que se devia manter sempre, que é a lei de consenso”.
Mazula reconhece que o consenso é trabalhoso e é lento na tomada de decisões, “mas compromete todas as partes em torno do consenso, e eu acho que foi isso faltou na Assembleia da República, na discussão do pacote eleitoral no seu todo. Eu acho que há alguns assuntos que é necessário mesmo chegar a um consenso”.
Ramos Miguel, VOA-Maputo
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Entrevistado pela VOA, o académico Brazão Mazula diz que nas actuais negociações para por fim à tensão política em Moçambique, tudo deve ser feito para que a Renamo participe nas próximas eleições.
Mazula, que foi presidente da comissão nacional eleitoral nas primeiras eleições multipartidárias em Moçambique, defende a manutenção da lei de consenso que vigorou nessas eleições em 1994.
Mazula disse ser preocupante o mau relacionamento entre o governo e a Renamo, mas entende que os actuais contactos entre as partes podem contribuir para desanuviar a actual tensão política no país.
Falando à Voz da América, Brazão Mazula considerou que o país não está saudável.
Realçou que “a minha opinião é que é sempre saudável um encontro entre o governo e a Renamo, e diria mesmo que isso dá um alento à sociedade, pelo que a expectativa de todos nós é que eles cheguem a um entendimento que desanuvie a tensão política no país, por causa do relacionamento entre as duas partes”.
Para o académico, é difícil compreender o actual posicionamento destes dois actores políticos depois de 20 anos de paz, “mas uma vez que tiveram a coragem de se reunir, a minha expectativa é que construam um consenso à volta das questões que estão a discutir, e, sobretudo, que cheguem a um entendimento, de maneira que as eleições se realizem com o envolvimento de todos os partidos políticos, incluindo a Renamo”.
Segundo Brazão Mazula, a Renamo distanciou-se do processo eleitoral a partir da Assembleia da República, na discussão do pacote eleitoral, “e isso também agravou a tensão política no país, pelo que este diálogo deve criar em todos nós uma expectativa que termine em concessões de ambas as partes.
“Quando há diálogo, um cede e o outro também cede e assim ninguém perde. Eu acho que a paz deve estar acima dos interesses partidários de cada um deles. Será saudável se a Renamo participar nas eleições, e se possível nas eleições autárquicas (de Novembro próximo), frisou o académico.
A uma pergunta da Voz da América se a experiencia da comissão que dirigiu as primeiras eleições multipartidárias em Moçambique pode ser aplicada nos próximos pleitos eleitorais, Mazula respondeu: “o que eu advogo muitas vezes é que há um valor da lei de 1993 que orientou as eleições de 1994, que eu penso que se devia manter sempre, que é a lei de consenso”.
Mazula reconhece que o consenso é trabalhoso e é lento na tomada de decisões, “mas compromete todas as partes em torno do consenso, e eu acho que foi isso faltou na Assembleia da República, na discussão do pacote eleitoral no seu todo. Eu acho que há alguns assuntos que é necessário mesmo chegar a um consenso”.
Ramos Miguel, VOA-Maputo