Na África do Sul, a polícia, os sindicatos dos mineiros, a companhia mineira Lonmin e os grevistas foram considerados culpados na morte de 34 mineiros em greve na mina de Lonmin, em Marikana, no dia 16 de Agosto de 2012.
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O Presidente Jacob Zuma, que publicou o relatório da comissão de inquérito sobre o incidente, disse que haveráum investigação profunda à acção da polícia.
A greve mais longa da história da industria mineira sul-africana durou cinco meses, com um saldo negativo de cerca de 45 mortos, dos quais 34 alvejados pela polícia no dia 16 de Agosto de 2012.
Cerca de 70 mil mineiros, dos quais 10 mil moçambicanos foram afectados pela greve. Desses pelo menos cinco moçambicanos terão perdido a vida, atacados por colegas grevistas, quando tentavam ir trabalhar.
Uma comissão de inquérito foi formada para investigar o incidente.
O relatório de mais de 600 páginas foi divulgado na noite de quinta-feira, 25.
A comissão ilibou todos os membros do Governo de qualquer responsabilidade directa ou indirecta pelo incidente e indicou que a companhia Lonmin não usou medidas de protecção dos seus trabalhadores perante os grevistas, insistindo que deviam continuar a trabalhar no meio de grande tensão e violência.
Segundo a comissãoo, a Associação dos Trabalhadores Mineiros (AMCU) não tinha total controlo sobre os seus membros grevistas.
A União Nacional dos Mineiros, o maior sindicato dos trabalhadores mineiros, é igualmente acusada de não ter lidado de forma adequada com a situação.
No meio de muitas falhas de vários actores, a polícia executou um plano de operação considerado defeituoso para lidar com a violência dos trabalhadores em greve, matando 34 mineiros no dia 16 de Agosto em Marikana. Dois agentes da polícia foram mortalmente alvejados pelos grevistas.
A Ccomissão considera que há espaço para investigação profunda e eventual abertura de processos judiciais cíveis e criminais para evitar a repetição deste tipo de incidente.
Em comentário, o embaixador de Moçambique na África do Sul Fernando Fazenda mostra-se desapontado com o sistema judicial sul-africano pelo menos nos processos relacionados com os moçambicanos brutalmente assassinados na África do Sul.
Advogados das vitimas do chamado massacre de Marikana reúnem-se domingo com os representantes dos afectados, mas já disseram que precisam de pelo menos três meses para lerem e analisarem o volumoso relatório.