Maputo: Oposição pede posicionamento do Governo sobre invasão da Ucrânia pela Rússia

Abigail Dressler, Embaixada dos Estados Unidos em Maputo

Diplomatas ocidentais na capital moçambicana reiteram solidariedade com Kyiv

O Governo moçambicano, parceiro histórico de Kremlin, continua sem manifestar qualquer posicionamento oficial perante a invasão.

Entretanto, os diplomatas de países ocidentais em Maputo manifestaram nesta segunda-feira, 28, a sua solidariedade à Ucrânia.

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Maputo: Diplomatas ocidentais reiteram solidariedade com Kyiv; oposição pede posicionamento do Governo

"Nós, os Estados Unidos da América, a União Europeia, os nossos parceiros e aliados, por todo o mundo, estamos unidos no apoio à Ucrânia. Apoiamos a soberania da Ucrânia, o povo ucraniano e o governo democraticamente eleito," disse Abigail Dressler, representante do Embaixador dos EUA em Maputo, numa comunicação com diplomatas de vários países ocidentais.

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No Parlamento, a oposição questiona e deixa críticas à mistura.

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"O país está a perder uma grande oportunidade para solidarizar-se com as vítimas desta invasão e violação grosseira dos direitos humanos e soberania ucraniana" disse Arnaldo Chalaua, porta-voz parlamentar da Renamo.

Por sua vez, o MDM, segundo partido da oposição parlamentar, através do seu líder, Lutero Simango, afirmou que "um estado como nosso (Moçambique) deve tirar proveito dos grandes eventos internacionais para mostrar a sua solidariedade e não pode ficar em cima do muro".

Impacto nos preços

Com a guerra a caminhar para a primeira semana, a economia moçambicana está em alerta pelo impacto que já se faz sentir nos importadores de combustível.

"Os efeitos já são uma realidade. As facturas que estamos a receber agora com a importação de combustíveis, já está a superar aquilo que era a factura de Janeiro e quanto mais a situação prevalecer, não sabemos onde isto irá parar," disse Ricardo Cumbi, Secretário Geral da Associação dos importadores de combustíveis.

Por outro lado, as sanções cada vez crescentes impostas a Moscovo podem ameaçar outros sectores em Moçambique. A indústria de panificação depende muito do trigo russo.

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