A União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde-Central Sindical (UNTC-CS), de um lado, e alguns sindicatos filiados nela, do outro, promovem neste sábado, 11, e na segunda-feira, 13, manifestações separadas contra o que consideram de más condições laborais e o fraco poder de compra dos cidadãos .
Apesar da luta pelo emprego motivar os dois lados a protestarem, a divisão existente neste momento leva a que realizem duas manifestações em separado, com alguns sindicatos a criticaram a actuação da direcção da maior central sindical país.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, já veio dizer que não há razões para protestos porque a economia do país tem vindo a crescer e a gerar mais empregos.
Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas indicam que o Produto Interno Bruto registou no último trimestre do ano passado um aumento de 6, 5 por cento e que a taxa de desemprego caiu de 12. 2 por cento em 2018 para 10.7 por cento no primeiro semestre de 2019.
Estes números não convencem nem a UNTC-CS nem a oposição politica que justificam o crescimento do consumo com o aumento das despesas públicas e impostos, mas que não se traduz em termos práticos na melhoria do nível de vida das pessoas.
No que se refere à taxa de desemprego, dizem que os dados confirmados pelo INE englobam estágios profissionais, quando hoje muitas dessas pessoas já não estão nessa situação.
Acrescentam também que muitos cidadãos deixaram de procurar emprego devido ao desânimo.
A secretária-geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida, justifica a realização da manifestação como forma de mostrar que “as coisas não andam bem e para exigir melhores políticas e respostas do Executivo visando a melhoria das condições sócio-laborais e o nível de vida dos trabalhadores”.
O primeiro-ministro, que diz que em democracia todos têm a liberdade de se manifestarem, tem um ponto vista diferente e para Ulisses Correia e Silva não há razão para a realização dos protestos.
“Poderá haver outras razões, mas o que é sentido, é evidente e é mensurável hoje em Cabo Verde é que o rendimento das famílias aumentou, o rendimento dos funcionários da administração pública de uma forma geral e em termos médios aumentou”, defendeu Correia e Silva.