Um grupo de manifestantes enfurecidos, em protesto contra o alto custo de vida, invadiu nesta segunda-feira, 3, uma cadeia distrital e libertou mais de 200 reclusos no distrito de Gorongosa, na província moçambicana Sofala.
O administrador de Gorongosa disse que os protestos foram liderados por mototaxistas e garimpeiros e visaram estabelecimentos comerciais de venda de produtos da primeira necessidade, pertencentes a comerciantes de origem indiana e bengali.
Your browser doesn’t support HTML5
O grupo bloqueou temporariamente a Estrada Nacional número 1, impediu a circulação de pessoas e bens e vandalizou a residência protocolar do presidente da vila autárquica e um armazém de cereais.
“Lamentavelmente começaram por invadir a cadeia e saíram cerca 200 reclusos, são pessoas que estavam presas a cumprir as suas penas, depois poderá saldar em aumento de índice de criminalidade ao nível de distrito”, acrescentou Pedro Mussengue.
Veja Também Moçambique: Balas reais respondem por 90 por cento das mortes durante os protestos pós-eleitoraisAquele administrador acredita que a intenção dos manifestantes era de pilhar bens nos estabelecimentos comercias, mas a tentativa foi frustrada graças à intervenção das autoridades policiais que conseguiram controlar a situação.
O distrito é apontado como o celeiro da produção agrícola na província de Sofala, mas está a ressentir-se da insegurança alimentar.
Veja Também Moçambique: Chapo e o desafio de mitigar o elevado custo de vidaCerca de 67 mil agregados familiares lutam contra a fome, situação aliada à fraca produção na última campanha agrícola, devido à combinação de fatores climáticos, invasão dos campos e destruição de culturas por animais selvagem.
Mussengue reiterou que a soltura dos reclusos semeou um clima de medo e insegurança no seio das comunidades, visto que população local tem ainda a memória fresca do sofrimento que viveu com a tensão político-militar entre 2014 e 2019, entre o Governo e a Renamo.