Volência doméstica abrange também forças de segurança em Malanje

Comandante da policia apela a um maior papel do Estado a favor de crianças abandonadas.

Agentes da polícia e das Forças armadas também estão envolvidos em casos de violência doméstica, confirmou em Malanje o comandante provincial da Polícia Nacional, Comissário António José Barreto.

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Malanje: Violência doméstica abrange tambm membros das forças de segurança - 2:56

Barreto lançou também um apelo para que mais seja feito a favor de crianças “semi abandonadas” pelos pais para se garantir o seu futuro.

O comissário falava numa conferência sobre o tema “O papel da polícia no atendimento às vitimas de violência domestica à luz da lei número 25/11 de 14 de Julho”.

Na conferência, foi revelado que, na província de Malanje nos últimos seis meses, foram registados oito homicídios qualificados, em consequência de 180 casos de violência contra pessoas.

António José Barreto apontou a ocorrência de dois homicídios e um infanticídio.

Destes 180 casos, “16 foram contra crianças” e “os casos que chegaram à polícia foram por agressões físicas e por luta patrimonial

A falta de prestação de alimentos é o factor fundamental das agressões físicas, onde “também conhecemos casos de agentes administrativos e funcionários públicos”, disse Barreto.

“Conhecemos 22 casos que implicaram militares das Forças Armadas e 19 casos que implicaram polícias e os restantes casos foram de professores, funcionários públicos, agentes administrativos”, revelou.

A Polícia Nacional intercedeu em 17 situações em que estiveram envolvidos membros da mesma família proferindo ameaças de morte, outros foram por injúrias e difamações.

“Precisamos urgentemente de pensar enquanto Estado o que fazer com os milhares de cidadãos (crianças ou adolescentes) cujos pais, cujas famílias não têm capacidade para continuar a prestar alimentos”, avisou o comissário.

Para ele, se “não conseguirmos no mais curto espaço de tempo resolvermos esse conflito social vamos continuar a ter um agravamento da situação porque as crianças estão semi-abandonadas e têm como único destino o crime”.