Cerca de uma dezena de moto-taxistas morreu nesta província desde 2020 em atos violentos praticados por marginais na cidade capital, Malanje, e em alguns municípios do interior.
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O coordenador da Associação dos Motoqueiros Transportadores de Angola (Amotrang), Eth Caculo, diz que a situação é preocupante no princípio da manhã e à noite.
“Nos últimos três anos cerca de 10 moto-taxistas foram assassinados e mais de 50 foram roubados dos seus meios pelos bandidos, então, essa situação preocupa nós a associação, preocupa os nossos associados e preocupa também os próprios moto-taxistas”, disse.
O serviço de moto-táxis em Angola é considerado profissão desde 30 de Maio de 22, ao abrigo do Decreto Presidencial 123, que obriga o profissional da classe o uso da carteira profissional, livrete do meio rolante e dos respectivos acessórios de segurança.
Danilson Ocambo, 30 anos de idade, há três anos na actividade diz que foi vítima de ação de marginais na cidade de Malanje.
“Já caí na rede deles [marginais], um deles simulou ser passageiro, tirou-me do local [centro da cidade] e levou-me até no cenário do crime, [no bairro] Vila Matilde, concretamente na zona da unidade CTR”, disse.
“Lá perpetuaram a sua acção, levaram-me a motorizada, quase que não escapei a morte, tive que escapar daquele meio”, explicou.
O negócio de moto-táxis é praticado por falta de oportunidade de empregos para a maioria da juventude, mas os riscos são enormes segundo Morais Correia.
“É um serviço difícil de se concretizar, temos passado várias dificuldades. E essa actividade aqui é um processo e ao longo do dia, no dia que você trabalha não é o mesmo dinheiro que você consegue nos dias a seguir, isso depende como vai estar na via ”, afirmou deplorando, “que neste momento é difícil definir quem está armado”, disse
A autoridade tradicional do bairro Vila Matilde, Teresa António Joveta, mostra-se indignada com o quadro atual na periferia de Malanje.
“Os miúdos que estão a roubar as motas, a polícia é que está a trabalhar, leva [os criminosos] na cadeia, e quando lhes levam lá só dormem uma noite e dia seguinte lhes deixam, e nós como autoridades tradicionais não estamos a ficar a gostar”, afirmou.
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve nos três meses deste ano alguns marginais que se dedicavam a assaltos de moto-taxistas e recuperaram os meios.
O director do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Noé da Rosa, garantiu que o roubo de ciclo-motores em Malanje reduziu consideravelmente com o desmantelamento de um grupo de marginais proveniente da capital angolana, Luanda.
“Foi possível esclarecer esses três crimes com cerca de três detidos. Levamos diligências a Luanda, onde foi possível nós procedermos a detenção dos elementos. Procedemos um aqui [Malanje], bem como a apreensão das respectivas armas”, disse.
O director do SIC promete melhorar a acção do órgão do Minint com a integração nos próximos meses de novos efectivos que juraram bandeira no Centro de Formação da Damba, município de Mucari, aqui em Malanje.