A Polícia moçambicana deteve na quinta-feira, 6, cinco indivíduos, dois dos quais agentes da corporação, suspeitos de assalto e roubo de ouro e dinheiro numa empresa mineira no distrito de Manica, na província do mesmo nome.
No caso dos oficiais, observadores políticos e jurídicos atribuem os desvios ao mau processo de recrutamento e os baixos salários do sector.
Um terceiro agente que integrava o grupo, afecto a Polícia da guarda fronteira, encontra-se fugitivo.
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Os três agentes da Polícia, na companhia de outros três civis, terão levado farda e arma da corporação, que usaram para ameaçar os seguranças da empresa mineira e roubar três quilos de ouro bruto e 750 mil meticais (cerca de 12 mil dólares).
“Um dos agentes é efectivo da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), o segundo já foi expulso das fileiras policiais, de certeza pelo mau comportamento e um terceiro integrante, no activo, que se presume esteja afecto na Polícia da guarda fronteira, esta fugitivo”, disse Mateus Mindu, porta-voz da Policia em Manica, sublinhando que os agentes terão disparados tiros de AKM antes do roubo.
“Porque são agentes da PRM era suposto serem eles a protegerem as pessoas e a garantir a ordem e segurança”,disse Mindu, o que não aconteceu.
Eles violaram “a nossa tarefa exclusiva”, disse o porta-voz, assegurando ter sido abertos um processo crime e um disciplinar.
Paulo Candieiro, porta-voz do Sernic em Manica, destacou que após uma investigação a Polícia recuperou a arma do tipo AKM e fardamento policial que tinham sido desviados do arsenal da corporação.
Esta não é a primeira vez que agentes da Polícia estão envolvidos em crimes na província de Manica.
No principio do ano dois agentes foram detidos por suspeita de roubar a camponeses em Macossa, enquanto no final do ano passado outros dois agentes temidos da Unidade de Intervenção Rápida foram presos em Barué.
O jurista Quiven Tendai observa que “há uma triste realidade envolvendo agentes da PRM em crimes”, e diz que o Ministério do interior deve melhorar o processo de recrutamento e formação desses agentes para melhor prestação do serviço de segurança.
Mas também os baixos salários, sobretudo, pagos aos guardas da Policia faz com que estes “sejam facilmente aliciados” para o mundo do crime.