A maior e mais antiga regata do mundo escalou a ilha de São Vicente, em Cabo Verde, de 20 a 25 de Janeiro, movimentando a economia local, ao mesmo tempo que promoveu o país como destino turístico e de mais provas do género.
O investimento nacional rondou os 3,7 milhões de dólares, um montante elevado e que foi alvo de algumas críticas, devido à crise que o país enfrenta, mas tanto operadores como economistas consideram que o evento terá sido uma boa aposta do Governo.
Na hora da largada, a organização e vários participantes deixaram mensagens de parabéns ao país nas redes sociais, enquanto a imprensa especializada não se cansou de divulgar imagens do evento.
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O presidente da Câmara do Turismo avalia a Ocean Race como uma grande valia para a movimentação da economia de São Vicente e uma excelente oportunidade para a promoção de Cabo Verde.
Jorge Spencer Lima deu como exemplo os hotéis todos cheios, bem como os restaurantes e outros serviços conexos.
Para aquele responsável, o investimento "foi bem empregue, porquanto os ganhos em termos de projecção não só da ilha do Porto Grande como de todo Cabo Verde, serão maiores no futuro" do que o valor investido na organização da maior regata mundial.
"Nós não podemos ficar aqui fechados nestas ilhas e à espera que o turismo caia do céu... os turistas precisam ver o país nalguma coisa para conhecer... por isso considero que o investimento feito valeu a pena e a Câmara do Turismo neste aspecto está do lado do Governo pela iniciativa", disse Spencer Lima.
Em São Vicente, o presidente da Associação dos Taxistas diz que a realização da Ocean Race teve reflexos positivos no trabalho do sector, mas realça que esse aumento registou-se devido à procura dos residentes locais que se dirigiam ao local do evento.
"O movimento foi mais na base das pessoas que se deslocaram ao Porto Grande para assistir... a organização tinham viaturas alugadas sem condutor... mas trata-se de um grande acontecimento e que deve repetir mais vezes", afirma.
No entanto, há quem se mostre descontente com a falta de oportunidade de trabalho, como o empresário da área do audiovisual, Jorge Nunes.
"Nós ficamos indignados porque o nosso pessoal ficou parado, pelo facto de terem trazido empresas do ramo da Praia (capital) sem qualquer comunicação prévia ", lamenta.
Refira-se que o Governo aproveitou a passagem da maior regata do mundo por São Vicente para realizar a Cimeira dos Oceanos, cuja abertura foi feita pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, na qual participaram governantes estrangeiros, como o primeiro-ministro português, António Costa, e especialistas do sector.