A polícia isolou mais da metade dos 2300 postos de votação na Catalunha, onde as autoridades separatistas pretendem realizar no domingo um referendo desautorizado pela Justiça espanhola - informou neste sábado, 30 de Setembro, o representante do governo da Espanha nessa região, Enric Millo.
"Dos 2315 postos de votação (...) 1300 já foram interditados" pela polícia catalã, disse Millo, em Barcelona, à imprensa estrangeira.
Millo acrescentou que 163 desses locais estão ocupados por activistas, "que estão a fazer, com toda paz e civicamente, actividades culturais, ou desportivas", e aos quais será permitido sair, embora ninguém mais possa entrar.
"Portanto, em 90% dos centros isolados, não há ninguém dentro", frisou, reconhecendo que se trata de um processo longo e que, entre os mil centros ainda por fechar, pode haver dezenas ocupados.
Num esforço para desmantelar a logística de um plebiscito proibido, a Justiça espanhola ordenou o encerramento de escolas, centros cívicos e outros locais escolhidos para a votação.
Também se ordenou que a polícia monitore a entrada de material eleitoral nesses postos e, se isso acontecer, a determinação é para sua apreensão.
A decisão colocou contra a parede a polícia regional catalã, os Mossos d'Esquadra - subordinada ao governo separatista, mas obrigada a fazer respeitar as decisões judiciais.
Desde que, na sexta à noite, grupos de cidadãos decidiram ocupar as secções eleitorais na tentativa de impedir seu encerramento, os Mossos passaram por esses locais, informando-os de que deveriam sair até às 6h de domingo.
Os agentes catalães receberam ordens para não recorrer à violência.
"Convidamos as pessoas que estão dentro desses lugares a saírem", insistiu Millo.
"Não acreditamos que seja necessário" retirá-las à força, garantiu.
Ele admitiu, porém, que, no domingo de manhã, se houver "actos de desobediência", os agentes da polícia deverão decidir como agir, respeitando "a proporcionalidade".