O presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, defendeu que as Forças Armadas devem "abrir ala ao povo para resgatar os seus direitos", no discurso que marcou n este sábado, 25, o fim da terceira manifestação pacífica dos jovens afectos aos partidos que assinaram o acordo de incidência parlamentar (PAIGC,, APU-PDGB, UM e PND).
Simões Pereira afirmou que o Chefe de Estado, José Mário Vaz, está numa situação de refém, que exige o esforço do povo para o retirar dela.
O líder do PAIGC reiterou que a única via do país se reencontrar com o seu destino é aplicando a Lei.
Numa alusão ao seu recente encontro com alguns Chefes de Estados da África Ocidental sobre o impasse no Parlamento, Domingos Simões Pereira afirmou não compreender certos pedidos, visando deixar a lei de lado, "se alguns destes mesmos Chefes de Estados africanos apelidam a Guiné-Bissau de um Estado falhado".
"Não compreendemos ainda como é que a Guiné-Bissau é chamada de narco-Estado e assiste-se, contudo, a apelos para sermos tolerantes para com os narcotraficantes", questiona, Simões Pereira, acrescentando também que esta será a última manifestação com este formato.
"A próxima marcha será para responsabilizar as pessoas e removê-las da situação de sequestro em que se encontram", avisou, em referência ao Presidente, o líder do partido mais votado nas eleições de 10 de Março.
Para Domingos Simóes Pereira, a "Guiné-Bissau está em risco", e defendeu ser a "hora dos guineenses levantarem-se para resgatar os seus direitos, porque amanhã poderá ser tarde".
"Quando o Presidente da República, primeiro magistrado da nação, garante da estabilidade e Comandante em Chefe das Forças Armadas, afirmar ter medo, o que é que o povo espera?", interroga-se, precisando que José Mário Vaz não está em condições de comandar as Forças Armadas, daí que "o povo pede às Forças Armadas para abrir alas para o que possa resgatar o seu respeito e direitos que lhe assiste".
No discurso, o antigo primeiro-ministro sublinhou que "na democracia é a vontade do povo que prevalece", que, para ele, "tem que ser ouvido e respeitado", porquanto "é a hora e o momento da Guiné- Bissau reportar o império da Lei".
As manifestações voltaram às ruas de Bissau, depois de o Presidente da República, José Mário Vaz, ter recusado convidar o PAIGC, vencedor as eleições, para indicar o primeiro-ministro e consequente formação de um novo Governo, alegando o "impasse" no Parlamento, devido ao chumbo pelos deputados, do coordenador do MADEM-G15, segunda força mais votada, para o cargo de Segundo-vice-presidente da Assembleia Nacional.
O partido recusa avançar outro nome para o lugar de Braima Camará.