O presidente do Movimento do Protetorado da Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima, foi detido nesta terça-feira, 9, quando deslocou-se ao Serviço de Investigação Criminal, em Luanda, para prestar declarações sobre os confrontos mortais do dia 30 de Janeiro em Cafunfo, na província da Lunda Norte.
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O advogado de defesa do activista, Salvador Freire, confirmou à VOA a detenção do activista, na presença dele.
Zecamutchima é acusado dos crimes de rebelião e associação de malfeitores.
Veja Também MPLA alerta para líderes" políticos sem escrúpulos" e defende actuação do Estado em CafunfoAinda de acordo com o advogado, o activista pode ser levado para a Lunda Norte para interrogatórios.
A detenção de Zecamutchima segue-se aos confrontos do dia 30 de Janeiro na aldeia mineira de Cafunfo, entre as forças de segurança e cerca de 300 manifestantes convocados pelo Movimento que pretendiam marchar para pedir diálogo com o Governo sobre a situação na Lunda Norte, uma das mais ricas de Angola, mas com níveis elevadíssimos de miséria.
Veja Também Moradores de Cafunfo contrariam versão do Governo sobre mortes e denunciam medo de represáliasAs autoridades dizem que os manifestantes queriam invadir a esquadra policial e por isso as forças de segurança reagiram, enquanto o Movimento, activistas e moradores desmentem a acusação de invasão e dizem que, logo após o anúncio da marcha, foram detidos mais de uma dezena de activistas e a aldeia foi praticamente "sitiada" pela polícia e pelo exército.
A polícia fala em seis mortes, mas a Amnistia Internacional confirma pelo menos 10 mortes e muitos desaparecidos e fontes independentes admitem pelo menos 27 vítimas mortais.