A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, ameaça usar a sua força para impedir fraude nas eleições autárquicas de 10 de Outubro, afirmou nesta quinta-feira, 4, o líder interino da organização, Ossufo Momade.
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O alerta é feito no Dia da Paz, que se celebra hoje, e depois de o Presidenteda República Filipe Nyusi ter anunciado que a desmilitarização da Renamo começa no próximo sábado.
Caso este plano avance, seremos obrigados a usar a nossa força para impedir a fraude"Ossufo Momade
O plano, segundo a Renamo, consistirá no uso das Forças de Defesa e Segurança para o enchimento de urnas nas eleições municipais de 10 de Outubro.
Ossufo Momade disse que a contrainteligência da Renamo está na posse de informações de que as Forças de Defesa e Segurança estão a ser preparadas para criar distúrbios nos postos de votação visando encher as urnas com votos a favor dos candidatos da Frelimo.
“Caso este plano avance, seremos obrigados a usar a nossa força para impedir a fraude”, garantiu Momade à VOA a partir da Gorongosa, na província moçambicana de Sofala, onde fixou residência.
Numa declaração por telefone e sem aceitar perguntas do correspondente da VOA, Ossufo Momade, igualmente insistiu que o partido poderá intervir com a sua força na campanha eleitoral em curso, para evitar o baleamento, sequestro e espancamentos dos seus membros.
O líder interino da Renamo lembrou que a 27 de Setembro, um membro do partido foi baleado numa esquadra da Policia em Tete, quando ia remeter uma queixa de destruição do seu material de propaganda e o caso se mantém impune.
Nyusi anuncia desmilitarização da Renamo
Entretanto, no âmbito da comemoração do Acordo de Paz, que se assinala hoje, Ossufo Momade reiterou o seu compromisso de lutar por uma paz efectiva no país, com o alcance da liberdade de expressão e de circulação.
Refira-se que, em Maputo, também hoje, num discurso na Praça dos Heróis, o Presidente Filipe Nyusi anunciou que o processo de desmilitarização dos guerrilheiros da Renamo começa no próximo sábado e que o general argentino Javier Perez Aquino vai coordenar o grupo internacional que fará o acompanhamento do processo.
O grupo é integrado também por observadores da Tanzânia, Zimbabwe, Estados Unidos, Suíça, Alemanha, Noruega, Irlanda e Índia.
No processo, segundo Nyusi, a Renamo deverá entregar as armas e ver os seus homens reintegrados na sociedade e nas Forças de Defesa e Segurança nacionais.
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