O líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, anunciou esta sexta-feira, 27, ter iniciado contactos com o Governo moçambicano, sob mediação do embaixador de Suíça, para renegociar os acordos de paz, e reiterou a cisão com a liderança de Ossufo Momade.
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Em declarações à VOA por telefone, Mariano Nhongo disse que um caderno, com todas as reivindicações do grupo, foi enviado à Presidência moçambicana e espera que nos próximos dias o Governo reaja ao documento.
“O documento mandei ontem (quinta-feira, 26), na segunda-feira vai chegar as mãos do embaixador da Suíça e o embaixador vai fazer chegar o documento ao Governo”, precisou Mariano Nhongo, sem avançar mais detalhes.
Contudo, ele minimizou a informação postas a circular sobre a sua intenção de reunificar com Ossufo Momade, a quem contesta sua liderança desde Junho, por ter desviado, na nova negociação, o espirito dos acordos assinados com o então líder, Afonso Dhlakama, que faleceu em 2018.
“A Junta Militar nunca mais se juntará ao Ossufo (Momade)”, reterou Mariano Nhongo, negando a pretensão do grupo em apoiar a campanha eleitoral, do que chamou de “Renamo unida”.
“A Junta Militar é a própria Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), nunca juntará mais com a Renamo unida (de Ossufo Momade)” sublinhou Nhongo, insistindo que os acordos do líder do partido, assinados em Agosto, “traíram a organização”.
O grupo, prosseguiu, reivindica assumir oficialmente todos os poderes de decisão e administração ligados à Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração (DDR) da Renamo.
Ele quer também renegociar a integração dos guerrilheiros no exército, nas várias especialidades da Polícia da Republica de Moçambique (PRM) e no Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), a inteligência moçambicana.