A cerca de um ano das eleições gerais em Angola, a ausência da aceitação das diferenças entre os dois principais contendores políticos, MPLA, no poder, e UNITA, na oposição, continua a ser um desafio a ultrapassar.
A constatação é do director executivo do Instituto Angolano de Sistemas Eleitorais e Democracia (IASED), para quem essa falta de aceitação “contraria a cultura democrática” que se pretende cada vez mais consolidada em Angola.
Veja Também A um ano das eleições, angolanos fazem contas à vidaEm conversa com a VOA, Luís Jimbo destaca a importância da realização regular das eleições neste processo.
“Quanto mais formos para eleições e promover cada vez mais a alternância política, diversidade de opinião, isto é que é promover a cultura democrática e periodicamente realizar eleições”, diz Jimbo que destaca que “o MPLA e a UNITA não podem pensar que o país vai ser eternamente MPLA e UNITA, humanamente, naturalmente não é possível”.
Veja Também Queixoso contra Adalberto Costa Júnior confiante que tribunal vai impugnar a sua eleição como presidente da UNITAAquele analista reprova, por outro lado, o método definido pelo Governo angolano para levar a cabo a consulta pública sobre a nova divisão político-administrativa em cinco províncias e duvida da sua eficácia já que no seu entender o modelo assenta-se mais em dar a conhecer para depois se aplicar o que está previamente concebido.
Ainda sobre a nova divisão político-administrativa, Luís Jimbo antevê consequências eleitorais.
“Porque cada província é uma delimitação provincial político-administrativa. E aqui há já um debate muito sério, profundo de uma província como o Bengo com uma população inferior como um município de Viana ou de Cazenga (Luanda) eleger o mesmo número de deputados”, alerta o director executivo do IASED, Luís Jimbo.