O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), diz ter detido dois supostos mandantes de raptos que operavam nas províncias de Sofala e Manica, centro de Moçambique, no contexto da luta contra este crime.
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O porta-voz do SERNIC em Sofala, Alfeu Sitoe, disse que os supostos mandantes foram detidos na sequência de uma operação desencadeada pela polícia, após o rapto, no passado dia 14, de um indivíduo de origem indiana, na vila de Gondola, província de Manica.
Veja Também Raptos em Moçambique: "Crime organizado capturou sectores do Estado, dizem analistasMas há opiniões apontando que sem um combate eficaz no seio da própria polícia, não se pode falar de luta contra a onda de raptos.
"Há um trabalho muito sério que deve ser feito dentro da própria polícia, e eu não sei porque é que as principais vítimas deste crime são sempre empresários, maior parte dos quais de origem asiática", lamentou o jovem empresário Haris Jumbilal, na cidade de Maputo.
Veja Também Empresários deixam Beira deserta em protesto contra onda de raptosPara o jurista Baltazar Fael, "é claramente uma questão de dinheiro, porque existe a tendência de se dizer que os empresários de origem asiática e outros têm muitos valores guardados em casa e em bancos, e o que os raptores querem é dinheiro".
"A questão dos raptos está, claramente, ligada ao poder económico e financeiro que essas pessoas ostentam", realçou aquele jurista, que é também pesquisador do Centro de Integridade Pública (CIP).
O anúncio da detenção dos dois indivíduos foi feito no mesmo dia em que a ministra moçambicana do Interior, assumiu que a onde de raptos constitui um desafio para as forças policiais, como a VOA noticiou esta segunda-feira, 27.
Veja Também Ministra moçambicana do Interior reconhece que raptos continuam um desafio à PolíciaMas para o jornalista Fernando Lima não basta assumir o problema, "é preciso que a polícia esteja melhor equipada para que possa ter melhor desempenho".
Lima disse que sem recursos humanos e meios materiais, "é impossível um combate eficaz aos raptos, e nesta questão específica de raptos, infelizmente, alguns elementos da polícia, consideram isto uma forma do seu próprio benefício em termos materiais”.
“Sem um combate eficaz no seio da própria polícia, é muito difícil essa eficácia contra os raptos," vaticinou Lima.