Angola reduziu substancialmente a incidência de transmissão do vírus do HIV/SIDA de mãe para filho mas ainda não atingiu o objectivo traçado para esse combate, disse o director-geral adjunto do Instituto Nacional de Luta Contra a SIDA.
José Van Dunem que falava à margem do encontro regional para elaboração do plano operacional da Aliança Global para acabar com SIDA em crianças do Kwanza-Sul e Benguela, disse ser intenção dos participantes produzir um documento que venha a detalhar as melhores estratégias para uma intervenção nacional a ser apresentada dia 24 do mês em curso na vizinha República da Zâmbia.
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Van Dunem admitiu que “as referências não são as melhores” mas acrescentou que com o programa Nascer Livre para Brilhar registou-se um impulso na prevenção da transmissão da doença de mães para filhos.
Veja Também Anaso diz haver falta de liderança política para mobilizar recursos para luta contra SIDA“A taxa de transmissão que era de 26%, passou para 16”, disse, afirmando que ainda que o “ objectivo do programa era chegar a 14, ainda temos mais dois anos para fazê-lo”.
“Demos um grande salto”, acrescentou recordando que a taxa de 26% era uma das maiores do mundo.
“As coisas estão a correr bem, mas a ONUSIDA surge com um programa e um pedido para fazermos um programa de três anos para reduzir ainda mais de modos a que nós cheguemos aquilo que seria o ideal que é zero transmissão de mãe para filho”, acrescentou.
Veja Também Angola regista 20 novas infecções de Sida por diaJosé Van Dunem disse que o encontro que decorreu no Sumbe teve como objectivo fazer um levantamento da situação em Benguela e Kwanza Sul para “ver quais são as oportunidades e fraquezas”.
O director geral adjunto do Instituto Nacional de Luta Contra a SIDA afirmou que o estigma e a descriminação continuam ainda a retraír muita gente que vive com a doença por acreditarem doutrinas e crenças que não têm sustentação científica.
"Temos problemas sociais, os problemas culturais e até problemas religiosos que interferem naquilo que é o nosso trabalho, portanto, temos aí vendedores de curas milagrosas, temos algumas tradições que impedem que as pessoas adiram ao tratamento, temos o problema sobretudo do estigma e descriminação que é um dos maiores entraves que nós temos em que as pessoas se escondem, não se apresentam”, apontou Van Dunen.
Refira-se que, recentemente, a Rede Angolana das Organizações de Serviços de SIDAe Grandes Endemias (Anaso) estimou que vivam no país mais de 300 mil pessoas seropositivas e lembra que Angola está entre os 25 países com maior número de novas infeções por VIH entre os adolescentes e jovens no mundo.