O ex-presidente Lula da Silva classifica a intervenção federal no Rio de Janeiro como uma "pirotecnia" promovida pelo governo Michel Temer.
O petista diz que a medida é uma manobra do presidente da República para disputar a corrida pelo Palácio do Planalto.
As declarações foram dadas nesta quarta-feira em entrevista à Rádio Itatiaia.
“Hoje você não tem uma instituição com credibilidade no Brasil. Temo que essa intervenção no Rio seja uma pirotecnia, de interesse político. Sem apoio à reforma da previdência, o governo tinha que mudar o foco. Ele sabe que o que retirou a pauta da reforma da previdência do Congresso foi o resultado de uma pesquisa realizada meses atrás que o Congresso não aprovaria essa reforma. As nossas forças armadas não foram preparadas para isso. Acho que o Temer está encontrando um jeito de ser candidato à presidência da república. E acho que ele pensa que a segurança pública pode ser uma coisa muito importante para ele conseguir angariar votos dos apoiadores do deputado federal Jair Bolsonaro, pré-candidato à presidência”, diz.
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Perguntado sobre a possibilidade de a candidatura ficar ameaçada por causa da condenação no caso do tríplex, Lula da Silva diz que não pensa, por enquanto, noutra saída para se lançar pré-candidato à presidência.
“O partido me lançou pré-candidato. Os meus adversários não querem que eu seja candidato. São quase todos os partidos. Me parece que a justiça está querendo cumprir esse papel que a elite brasileira econômica e que os políticos desejam que o Lula não seja candidato à presidência. Ele tem que ser afastado, afinal de contas nós tiramos a Dilma com um golpe. Ora, não posso dizer que tenho um plano B sem que sequer superei o plano A”, ressalta..
O ex-presidente também sinaliza que um possível vice dele seria o empresário mineiro Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente, José Alencar.
“O companheiro João Pedro Stédile deve ter falado do Josué sem conhecê-lo. O Josué é uma pessoa extraordinária, filho do José Alencar, um home extraordinário. Falo todos os dias que nunca mais na humanidade alguém vai ter um vice-presidente da qualidade que eu tive. José Alencar era tudo que você precisava em um vice”, destaca.
O petista reafirma não ter tido qualquer envolvimento no caso do tríplex, e faz críticas à elite brasileira.
“Estou sendo vítima de uma perseguição jurídica institucional. Só há uma unanimidade hoje no Brasil, é que a elite brasileira não quer que eu seja candidato”.
Quanto a relacionamentos, Lula afirma que, no momento, o compromisso dele é com a política.
“Por enquanto estou comprometido apenas com a política. Já tenho 72 anos e essa não é a minha prioridade. A minha prioridade primeiro é cuidar da minha saúde e me defender a cada dia, cuidar dos meus processos e provar minha inocência. Na hora que aparecer um relacionamento terei o maior prazer de anunciar publicamente que o Lulinha paz e amor está