Lula da Silva espera eleições "civilizadas" nos Estados Unidos e diz ter ficado assustado com declarações de Maduro

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Presidente Lula da Silva em entrevista à imprensa estrangeira em Brasília, 22 julho 2024 (Foto AP/Eraldo Peres)

O Presidente brasileiro disse esperar que as eleições de novembro nos Estados Unidos, das quais Joe Biden se retirou como candidato, sejam as mais “civilizadas possíveis” e sublinhou que, independentemente do vencedor, manterá uma boa relação com o futuro chefe de Estado porque são relações entre os dois países.

"Seja (o vencedor) um candidato democrata ou (Donald) Trump, a nossa relação será civilizada... Espero que a disputa aconteça da forma mais civilizada possível... Espero que não aconteça nada que possa colocar o símbolo de democracia em risco ", afirmou Lula da Silva numa entrevista no Palácio da Alvorada a agências internacionais como Reuters, Bloomberg, France Presse e Associated Press, nesta segunda-feira, 22.

"Eu fiquei muito feliz quando o Presidente Biden foi eleito e mais ainda pelos posicionamentos dele em defesa dos trabalhadores. Estabelecemos juntos uma parceria estratégica em defesa do trabalho decente no mundo. Eu gosto e respeito muito ele. Somente ele poderia decidir se iria ou não ser candidato", sublinhou Lula.

O Governo brasileiro ainda não divulgou a gravação oficial da entrevista, mas a Presidência deu a conhecer algumas afirmações de Lula nas redes sociais.

"Agora, eles vão escolher uma candidata ou um candidato e que o melhor vença a eleição. A relação do Brasil será com quem for eleito. Temos uma parceria estratégica com os Estados Unidos e queremos mantê-la", acrescentou o Presidente.

"Assustado" com Maduro

Na mesma entrevista, Lula da Silva disse estar "assustado" com o aviso do seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, de um "banho de sangue" se perder as eleições de domingo.

“Fiquei assustado com as declarações de Maduro de que se perder as eleições haverá um banho de sangue”, afirmou o “petista”, para quem "Maduro tem de aprender: se ganhar, fica-se (no poder). Se perder, vai. E prepara-se para disputar outra eleição".

E rematou esperar que “seja isso que aconteça, a bem da Venezuela e a bem da América do Sul”.

No sábado 20, o Presidente da Veneuzela avisou que o resultado da votação decidiria o futuro do país economicamente devastado: "se se tornará uma Venezuela pacífica ou uma Venezuela convulsionada, violenta e cheia de conflitos. Paz ou guerra".

O país vai a votos no dia 28, com a grande maioria dos opositores na cadeia ou expulsos do país.

C/AFP e AP