Pelo menos 150 apoiantes do ex-Presidente Jair Bolsonaro foram presos depois de invadirem e saquearem os principais lugares de poder do Brasil, em Brasília, neste domingo, 8, de acordo com várias reportagens da imprensa, citadas pela AFP.
Imagens da CNN Brasil mostraram bolsonaristas vestidos de amarelo e verde marchando pela rampa do palácio presidencial do Planalto em fila única, de mãos atrás das costas, flanqueados pela polícia.
Noutras imagens, um autocarro cheio de manifestantes detidos pode ser visto a partir para uma esquadra de polícia.
A polícia do Senado anunciou que tinha prendido 30 pessoas na Câmara, um dos lugares de poder ocupados pelos bolsonaristas, juntamente com a vizinha Câmara de Deputados, o palácio presidencial e o Supremo Tribunal.
À medida que a noite caía na capital brasileira, a polícia parecia estar gradualmente a recuperar o controlo da situação, com canhões de água a manter os manifestantes à distância, embora dezenas de manifestantes se mantivessem no local e a situação permanecesse confusa.
"Lula" toma conta da segurança em Brasília
O Presidente brasileiro decretou neste domingo, 8, uma intervenção federal no Distrito Federal e nomeou Ricardo Garcia Cappelli novo responsável pela segurança pública na capital, Brasília.
Cappelli é secretário-executivo do Ministério da Justiça e braço direito do ministro da Justiça Flávio Dino e o seu mandato vai até 31 de Janeiro.
Com a intervenção federal, os órgãos de segurança pública do Distrito Federal ficam sob responsabilidade do interventor Ricardo Garcia Cappelli, com subordinação a Lula.
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A decisão de Lula da Silva surge depois de milhares de apoiantes do antigo Presidente Jair Bolsonaro terem invadido o Congresso, o Palácio Presidencial o Supremo Tribunalde Justiça e depredado o interior dos prédios, quebrado vidros e partido vários objectos, entre eles símbolos da República.
Antes da leitura do decreto, o Presidente da República afirmou que "vamos descobrir quem são os financiadores".
Veja Também Apoiantes de Jair Bolsonaro invadem sedes do Congresso, Palácio Presidencial e Supremo Tribunal FederalLula disse “que houve falta de segurança”, houve incompetência, má vontade ou má fé dos responsáveis pela segurança no Distrito Federal e que “todas as pessoas que fizeram isso serão encontradas e serão punidas”.
Ele apontou também o dedo ao antigo Presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de "genocida", de ter estimulado a invasão do Congresso e do Supremo Tribunal da Justiça, "e só não pediu a invasação do Palácio Presidencial porque ele estava lá".
Na conferência de imprensa em Araraquara, interior de São Paulo, onde foi avaliar estragos causados pelas chuvas no município, o Presidente afirmou não haver nenhum precedente na história.
"Eles vão perceber que a democracia garante o direito de liberdade, ela garante o direito de livre comunicação, de livre expressão, mas ela também que as pessoas respeitem as instituições que foram criadas pra fortalecer a democracia. E essas pessoas, esses vândalos que a gente poderia chamar de nazistas fanático, de stalinistas fanáticos, ou melhor de stalinistas não, de fascistas. Fizeram o que nunca foi feito na história desse país”, disse Lula da Silva, que anunciou o regresso a Brasília ainda hoje.