O presidente da Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), Lucas Ngonda, admite conversar com personalidades que originaram a anulação, pelo Tribunal Constitucional (TC), do congresso extraordinário do partido realizado na cidade do Huambo em 2018, e que o reconduziu no cargo.
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O seu porta-voz, Jerónimo, foi citado pelo imprensa estatal como tendo dito que Lucas Ngonda quer se encontrar com os contestatários da sua liderança, incluindo o antigo presidente da organização, Ngola Kabangu, para analisar o futuro do partido depois da decisão judicial, que prometeu cumprir.
Na sua decisão de 19 de Abril de 2019, o TC deu razão razão aos subscritores do pedido de impugnação, segundo qual o congresso do Huambo não respeitou os estatutos do partido.
O antigo secretário para a informação, Ndonda Nzinga, revelou à VOA que as várias sensibilidades da FNLA vão encontrar-se antes do final desta semana para reflectir sobre as posições a tomar com base em dois cenários: esperar que o TC reconheça o congresso realizado em Luanda, e que elegeu Pedro Gomes como presidente ou, dependendo da decisão judicial, ponderar a realização de um novo congresso com todas as partes desavindas.
Entretanto, o jurista Albano Pedro considera que, enquanto não for igualmente invalidado pela mesma instância judicial, o congresso realizado em simultâneo, na capital do país, passa a ser válido para os militantes e no ordem jurídica do país .
O jurista acrescenta que tudo depende dos requisitos estabelecidos pelos partidos políticos para que um determinado acto praticado seja validado pelo TC.
A FNLA tem estado envolvido em lutas intestinas entre diversas sensibilidades há vários anos, facto que, de acordo com observadores, esteve na origem da redução da sua presença na Assembleia Nacional, em 2017, passando de dois para apenas um deputado.