O activista cívico Luaty Beirão acusa as autoridades angolanas de tratarem mal as vendedeiras de rua, vulgo zungueiras, ao retirarem-lhes os seus produtos e, inclusive, as obrigarem a limparem o chão das esquadras.
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Por ter condenado uma acção dos agentes da fiscalização em Luanda, Luaty foi detido no domingo, 5, mas libertado uma hora depois, em virtude de os que o levaram à 5a. esquadra "desapareceram".
Os agentes da fiscalização que perseguiam as zungueiras, na zona do aeroporto, acusaram o activista Luaty Beirão de ter cometido o crime de calúnia e difamação ao chamá-los de “gatunos”, como o próprio activista conta à VOA.
“Quando vi a corrida contra os rapazes e as raparigas parei a minha bicicleta, depois dos fiscais subirem no carro chamei-os de gatunos e perguntei se eles não tinham irmãs, tias ou esposas nestas condições. Porque o que vemos normalmente é uma roubalheira”, diz Luaty.
O activista afirma que foi solto porque os queixosos o abandonaram na unidade de polícia e as autoridades tiveram que o soltar.
“Eles me levaram a esquadra e desapareceram”, disse.
Luaty Beirão afirma que as acções dos fiscais contra as mulheres “zungueiras” não têm sido as melhores e que os fiscais chegam mesmo a violentá-las e extorqui-las.
“Chegam ao ponto de as prender e muitas vezes colocarem as senhoras a limparem as esquadras”, acusou o activista.
Luaty Beirão afirma ainda que não foi agredido e que não vai processar os agentes da fiscalização.