Luanda pode alegar independência judicial para não libertar São Vicente

Carlos São Vicente

Especialistas afirmam que o Estado angolano pode alegar a independência judicial para responder ao grupo de peritos das Nações Unidas, que exige a libertação do empresário Carlos São Vicente, detido em 2020.

Um grupo de peritos das Nações Unidas concluiu que a detenção de São Vicente violou a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e pede às autoridades angolanas a sua “libertação imediata”.

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A posição do grupo de trabalho da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, refere que não foi dado tempo suficiente para São Vicente apresentar a sua defesa, acrescentando que o governo angolano deveria reconhecer o seu direito a compensação.

Esta posição do grupo de peritos está a ser analisada em várias perspectivas, entre especialistas em direito internacional e políticos, que estranham o facto de só agora um órgão das Nações Unidas se pronunciar sobre os direitos humanos, diante de várias denúncias que as organizações não governamentais nacionais têm feito nos últimos anos.

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Ainda sobre o mesmo assunto, os especialistas contatados pela VOA afirmam que esta posição, não muito comum, é mais um instrumento de pressão que a defesa do empresário São Vicente está a usar para encontrar uma solução sobre o processo judicial assumido pelo ministério público.

As nossas fontes consideram que as autoridades angolanas têm legitimidade para acatar ou não esta posição, acrescentando que ela só é vinculativa, depois de apreciada por órgãos das Nações Unidas.

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O jurista Luis Jimbo explica que esta posição não vincula as Nações Unidas, mas trata-se apenas do relatório de um grupo de peritos que têm de submeter junto do órgão máximo da instituição.

Para falar sobre o assunto, ouvimos o jurista Luis Jimbo; o analista político, Albino Pakisi; e o presidente da AJPD, Serra Bango. Acompanhe:

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