Luanda: Manifestantes contra lei da nacional presentes em tribunal

Angola - Policia prende manifestantes

Seis pessoas serão levadas às barras do tribunal por vandalismo e activistas em liberdade deixam alerta: as coisas "vão ficar feias".

A polícia angolana reprimiu no Sábado (10 de Outubro), os manifestantes que tentavam protestar contra a nova lei da nacionalidade que atribui ao Presidente da República de Angola José Eduardo dos Santos, a faculdade de atribuir ou retirar a nacionalidade angolana.

Seis activistas continuam detidos até ao momento e, segundo a polícia, serão levados às barras do tribunal por vandalismo. Activistas em liberdade ameaçam que caso os seus companheiros não sejam soltos as coisas "vão ficar feias".

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Manifestantes detidos

A Polícia em Luanda havia detido mais de duas dezenas de manifestantes, entre eles, alguns espancados dentro da escola Nzinga Mbandi, outros nos balneários da praça da Independência e também no campo de futebol, 11 de Novembro. Nito Alves chegou mesmo a deslocar o braço esquerdo.

O novo governador, Graciano Domingos, já tinha proibido a referida manifestação, mas especialistas aconselharam os manifestantes a não acatarem a decisão por se tratar de um acto inexistente do ponto de vista legal.

Elias Batano, tido como desaparecido, encontra-se na esquadra da Ilha de Luanda, acusado de ter rasgado a farda de um agente da polícia, como nos confirmou o Comandante Provincial da Polícia de Luanda, comissário chefe António Maria Sita, sem gravar entrevista.

Segundo Raúl Lindo Mandela, que se deslocou à terceira esquadra da cidadela, diz que Roberto Gamba, Carlos Filipe, Steven, José Delfim e Aguinaldo Domingos, mais conhecido por "Kid" ou "27 de Maio" ainda não foram ouvidos em instrução processual e que se "as autoridades levarem os jovens ao tribunal as coisas vão ficar feias".

Emtretanto, o primeiro secretário nacional da JMPLA, Sérgio Luther Rescova, desincentivou a juventude a não aderir a manifestações sem causa.

Raúl Mandela disse ainda que as imagens publicadas na Televisão Pública acusando os manifestantes de partir carros de cidadãos luandinos "é da mera responsabilidade do Presidente José Eduardo dos Santos", acrescentando que o Presidente "devia ser responsabilizado por mandar partir carros de angolanos para culpar manifestantes".