Um dia depois da publicação da investigação sobre o império da empresária angolana Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, pelo Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), a notícia faz manchetes na imprensa angolana e é tema de conversa em vários círculos de opinião.
Entretanto, a nível político, enquanto a oposição pede o repatriamento do património de Santos, as reacções tardam a surgir, principalmente em sectores próximos do MPLA.
Veja Também Luanda Leaks abre espaço para o repatriamento de capitais, diz a oposiçãoContactado pela VOA, Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse”, antigo secretário-geral do MPLA, escusou-se a alongar em comentários porque "os nossos pronunciamentos podem estar conotados como estando de um ou do outro lado, por isso não vale a pena me pronunciar”.
Ele alegou também que qualquer pronunciamento pode agravar a divisão do partido porque, “nós queremos um MPLA mais unido”.
Quem também afirmou não ter qualquer opinião sobre o assunto é o histórico militante do MPLA, Lopo de Nascimento, antigo primeiro-ministro e secretário-geral do MPLA no regime de José Eduardo dos Santos.
Veja Também Luanda Leaks: Isabel dos Santos aponta o dedo ao Governo de Angola e fala em documentos forjadosOpinião contrária tem o veterano do partido e general Pacavira Mendes de Carvalho, mais conhecido por general Paka, filho de Agostinho André Mendes de Carvalho, para quem Isabel dos Santos “deve devolver o dinheiro público retirado de Angola”.
Paka defende inclusive uma maior união dentro do MPLA “para a reeleição de João Lourenço”.
A VOA tentou outras reacções de personalidades do MPLA, mas sem sucesso.
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