A oposição angolana diz que a divulgação do escândalo Luanda Leaks abre espaço para o repatriamento de capital desviado pela empresária Isabel dos Santos, uma vez que pertence a cada angolano e não a uma só família.
"Isto resulta de uma gestão fraudulenta e os angolanos não podem defender em solidariedade esta angolana diante deste movimento externo, na medida em que a acção em causa prejudicou o povo e favoreceu uma única familia," diz Manuel Fernandes, deputado da CASA-CE.
Para Fernandes, "ao se confirmar a ilicitude, estes países devem colaborar com Angola (...) para esses activos financeiros retornarem para os cofres do Estado".
Mas não basta garantir o retorno do dinheiro, opina Raúl Danda, da UNITA, que pergunta: “Como serão empregues estes valores?”.
Danda justifica o seu questionamento pelo facto de considerar Angola “um país onde a transparência demora a chegar e onde continuamos a ter um Presidente da República que manda em tudo, o Parlamento não tem poder nenhum, a justiça não tem poder nenhum”.
Por seu lado, Sapalo António, membro do PRS, diz que "neste caso de Isabel dos Santos e do seu marido, eles usaram o dinheiro que não lhes pertence, mas quem facilitou este processo todo foi o MPLA”.
“Nós os angolanos podemos considerar este acto de escandaloso, mas para o MPLA não (é),porque isto resultou de uma acção premeditada do MPLA no exercício de suas funções," diz António.
A VOA tentou, sem sucesso, falar com algum representante do MPLA.