Luanda, cada vez mais insegura

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Polícia não regista 42 por cento das ocorrências

Pesquisa indica que 23 por cento dos moradores sentem-se inseguros em casa

Luanda é uma cidade cada vez mais insegura, revela uma pesquisa realizada pelos institutos superiores politécnicos Sol Nascente, do Huambo, e Jean Piaget, de Benguela, cujos dados preliminares estavam previstos para serem apresentados nesta terça-feira, 21, na capital angolana.

No estudo, os pesquisadores concluiram que 23 por cento dos moradores de Luanda se sentem inseguros na sua própria casa, enquanto a polícia não regista 42 por cento dos crimes que ocorrem maioritariamente no período da noite.

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Luanda, cada vez mais insegura - 2:00

O acesso fácil às armas de fogo por parte dos criminosos é apontado pelos inquiridos como estando na base do aumento dos crimes violentos em Luanda.

O jurista Carlos Augusto, da SOS-Habitat, considera que o estudo revela a realidade de um país incapaz de conter o desemprego.

O líder daquela organização não governamental que vela pelas questões de reinserção social, segurança e de protecção de bens e de pessoas defende a reabilitação do parque industrial do país e o controlo das armas nos quartéis e esquadras da Polícia.

Os municípios de Viana e Cazenga são apontados na pesquisa como sendo os mais violentos e onde na maior parte das vezes as forças da ordem levam muito tempo a responder às constantes solicitações dos habitantes.

Os cidadãos inquiridos terão manifestado maior preocupação com o facto de apenas 13 por cento das ocorrências criminais têm resposta imediata da Polícia e nos restantes casos a corporação apenas aparece decorridos duas e três horas depois do crime.

A maioria dos participantes da pesquisa sugeriu da polícia mais força e violência contra os meliantes, ao mesmo tempo que minimiza a tese de que o aumento da criminalidade se deve à falta deemprego.

O levantamento indica que 62 por cento dos inquiridos responderam afirmativamente que os meliantes tinham mais facilidade em obter armas de fogo, enquanto 15 por cento responderam negativamente e 23 por cento manifestaram-se duvidosos.