Eleva-se para oito o número de mortes causadas por um surto de febre-amarela em Luanda com cerca de 26 casos confirmados.
O Governo de Cabo Verde decidiu exigir o cartão de vacina internacional aos cidadãos que chegam de Angola.
O Governo angolano diz que a súbita epidemia deve-se a questões ligadas ao saneamento, mas um especialista afirma que ela se deve ao colapso de uma campanha de vacinação.
Numa reunião em Luanda, o governador da província Higino Carneiro disse que os programas de pulverização dentro das residências e nas ruas, anteriormente sob direção do Governo provincial, há muito deixaram de funcionar.
Carneiro afirmou que “o problema do lixo” fez agravar a situação.
O ministro da saúde, José Van Dunem, justificou a paralisação da pulverização com o facto de as administrações municipais não receberem pagamentos há 11 meses.
Entretanto, o especialista em saúde pública Maurilio Luyele aponta a falência do sistema de saúde pública como causa deste novo surto de febre amarela.
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O médico angolano disse à VOA que a febre amarela nunca foi erradicada no país, mas esteve sempre controlada através de programas alargados de vacinação que, entretanto, começaram a enfraquecer nos últimos anos.
“A vacina tem a duração de um ano e se as pessoas fossem vacinadas não haveria o risco de surgimento deste surto, apesar das condições ambientais adversas”, declarou.
Maurílio Luyele considera que pelas mesmas razões o país está igualmente vulnerável a outras epidemia,s como a cólera que pode eclodir por causa do lixo.