Lourenço aposta no desenvolvimento económico do país e pede fim dos conflitos lá onde existirem

Tomada de posse de João Lourenço, Presidente de Angola

João Lourenço garantiu que o seu Governo está disponível para cooperar com todos os países do mundo na luta pelo fim dos conflitos “que põem em causa a estabilidade, a paz e a segurança mundiais”

O Presidente angolano assegurou que nos próximos cinco anos vai governar em prol do desenvolvimento económico do país e do bem-estar de todos e prestar uma maior atenção às minorias, aos velhos e as crianças mais vulneráveis.

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O discurso de João Lourenço - 3:13


No discurso de tomada de posse do seu segundo mandato nesta quinta-feira, 15, João Lourenço insistiu que o seu Executivo vai dar particular atenção ao sector social e ao ser humano como “como agente principal do desenvolvimento”.

Ele prometeu também incentivar o sector privado da economia para aumentar a produção nacional, as exportações e garantir emprego para os jovens.

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Neste sentido, Lourenço destacou que o seu governo vai retomar a construção das infra-estruturas económicas e sociais em várias regiões do país, com destaque para os aeroportos de Cabinda e de Luanda, o porto comercial de Cabinda e a barragem de Caculo-Cabaça.

Protecção do ambiente

Os projectos da interligação de energia eléctrica e da construção dos canais de irrigação, das barragens e albufeiras visando o combate à seca mereceram igualmente referências do discurso de João Lourenço.

O estadista angolano assumiu o compromisso mundial que visa proteger o meio ambiente e diminuir a emissão dos gases com efeito de estufa, promover a educação ambiental e incentivar o combate às queimadas no país, a protecção dos mangais e dos animais em vias de extinção.

Diálogo na Etiópia e fim dos conflitos sem distinção

João Lourenço manifestou a disponibilidade do seu governo "no esforço do diálogo político para o fim dos conflitos que prevalecem em África, particularmente na Região dos Grandes Lagos e do Tigray".

Na sua intervenção, lamentou o agravamento da situação humanitária no Tigray, na Etiópia, devido ao conflito militar que afirmou “foi simplesmente esquecido porque surgiu um outro conflito na Ucrânia”.

“É hora de o mundo começar a encarar a necessidade de salvar e proteger a vida humana por igual sem preconceitos de ordem racial, religiosa ou de qualquer outro tipo. Todas as vítimas das guerras, dos conflitos armados e das calamidades naturais devem merecer o nosso carinho, a nossa atenção e a nossa solidariedade”, defendeu.

O Presidente pediu às Nações Unidas para tudo fazer para a protecção das vítimas dos actuais conflitos pelo mundo “sem distinção”.

Para João Lourenço “a ONU deve ser o guia revelador de equilíbrio necessário na acção das organizações humanitárias internacionais para que não se concentrem as atenções apenas no atendimento de um tipo de necessitados em função da sua origem”.

João Lourenço garantiu que o seu Governo está disponível para cooperar com todos os países do mundo na luta pelo fim dos conflitos “que põem em causa a estabilidade, a paz e a segurança mundiais”.

Governar com todos

Quanto ao conflito na Ucrânia, João Lourenço desafiou a Rússia “a tomar a iniciativa de dialogar para a resolução pacífica do conflito e abrir caminho para a reforma da ONU”.

No campo político, Lourenço felicitou felicitou a "todos os partidos e coligações de partidos políticos pela sua participação nestas eleições, o que contribuiu para o fortalecimento da nossa democracia”, bem como à Comissão Nacional Eleitoral, ao Tribunal Constitucional, às Forças da Ordem, aos observadores nacionais e estrangeiros, aos media, "pelo trabalho realizado com muita entrega e dedicação".

Ele prometeu ainda "governar contando com a participação e o escrutínio de todos, dos deputados eleitos da Assembleia Nacional, das organizações não governamentais, das classes profissionais, dos sindicatos, do sector empresarial privado organizado em diferentes associações, dos académicos, das igrejas reconhecidas e dos médias".

João Lourenço e Esperança da Costa foram empossados nos cargos de Presidente e vice-Presidente da República, respectivamente, numa cerimónia em que participaram 15 mil convidados escolhidos pelo Governo e Chefes de Estado e de Governo de países amigos como Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, bem como o vice-presidente do Burundi e ministros dos Negócios Estrangeiros.

Os Estados Unidos estiveram representados por uma delegação chefiada por Scott Nathan, presidente do Conselho Executivo (CEO em inglês) da Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional.