Lourenço admite que nacionalização da Efacec tem a ver com cooperação entre Portugal e Angola

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João Lourenço, Presidente angolano (Foto de Arquivo)

O Presidente angolano admitiu que a nacionalização da empresa detida maioritariamente pela empresária angolana, Isabel dos Santos, em Portugal, Efacec, pelo Governo de António Costa, está de alguma forma relacionada com a cooperação jurídica entre Angola e Portugal.

Por outro lado, um dia após a decisão do Governo português, o Procurador-Geral da República de Angola alega que se Santos e o marido, Sindika Dokolo, querem negociar algum acordo com as autoridades judiciais sobre os bens arrestados em Luanda, eles têm de assumir a culpa dos fatos que lhes são imputados.

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"Digamos que, de alguma forma sim. É um trabalho que vem sendo feito entre a justiça angolana e a justiça portuguesa", respondeu o Presidente João Lourenço quando questionado por jornalistas sobre a decisão do Governo português, à margem da visita realizada ao Instituto Geológico Nacional, no Kilamba, nesta sexta-feira, 3.

Entretanto, frente ao arresto dos bens da filha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos e marido, decretado pelo Tribunal Provincial de Luanda em dezembro de 2019, o PGR revelou também hoje não haver qualquer negociação entre as partes.

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"Se ela quer negociar deve dizer que atos ilícitos cometeu para se fazer uma avaliação", disse Pitta Grós em conferência de imprensa em Luanda e garantiu que "o processo cível está em curso e até ao momento não há nada que nos faça desistir da ação".

"Se não quer que o processo prossiga, se entende que quer negociar, tem de dizer o que quer negociar e como", acrescentou.

O PGR reiterou que o Estado quer recuperar o valor de um milhão e 700 milhões de dólares em dívida por parte de Isabel dos Santos e do marido, bem como das suas empresas, e refutou acusações da empresária de perseguição e que os tribunais negam justiça e forjam provas, dizendo que em causa estão "fatos concretos".

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Desde que o Tribunal Provincial de Luanda decretou o o arresto preventivo dos bens de Isabel dos Santos, de Sindika Dokolo, seu marido, e do gestor Mário Filipe Moreira Leite da Silva, na altura presidente do conselho de administração do Banco Fomento de Angola (BFA), a empresária tem acusado o Presidente João Lourenço de perseguição e de não ter acesso à justiça em Angola.

Em Portugal, e a pedido das autoridades angolanas, ela teve também várias contas arrestadas.

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