O amontoar do lixo na zona alta do Lobito está a preocupar os moradores, alguns dos quais temem que surja um surto de cólera.
Your browser doesn’t support HTML5
"É uma enorme quantidade de lixo aqui na zona alta. Os moradores não têm capacidade para tratar destes resíduos, daí a necessidade de uma empresa," resumiu um residente, que receia doenças.
A péssima imagem da área é reflexo da paralisação da Evirobac, uma operadora de recolha de lixo, devido às dívidas do Governo. A chuva agrava o cenário.
A Evirobac, um consórcio de angolanos e sul-africanos, cobra cerca de oito milhões de dólares norte-americanos e foi substituída pela Resurb, uma firma sem meios para a demanda.
O secretário provincial da CASA CE, Francisco Viena disse que “a cólera poderá estar entre nós se não forem tomadas medidas de prevenção”.
Para Viena, o problema deve-se ao facto de as empresas de recolha de lixo estarem ligadas a membros do Governo.
“Sei que muitas estão sem capacidade financeira para as suas actividades,” acrescentou Viena numa recente conferência de imprensa.
Na mesma conferência, Viena acusou o governo de falta de estratégia para uma revolução agrícola e industrial, numa província que já produziu a cana-de-açúcar e o óleo vegetal
“A província de Benguela tem barragens e áreas agrícolas. Não me lembro, infelizmente, de ter ouvido o senhor governador falar em dados concretos para uma revolução agrária e industrial”, disse.
Viena disse que o governador Isac dos Anjos está mais preocupado com a construção de uma nova cidade e não com a revitalização da agricultura.