A população do Uíge recorre cada vez mais à justiça pelas próprias mãos, linchando alegados criminosos cujos corpos são depois abandonados ou carbonizados.
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Isto está a criar problemas para a morgue local onde há também corpos que nunca são levados pelos seus familiares.
No caso dos linchamentos muitos dos corpos são carbonizados pelas populações.
O chefe da casa mortuária Garcia Nunes deu exemplo de um corpo que deu entrada no dia 15 “proveniente do bairro Damba, isto é, na aldeia Kigima”.
“Este corpo trazido pelos colegas do SIC, está totalmente carbonizado até não se consegue identificar esse corpo e até a este momento não estamos a ver nenhum parente para vir identificar esse corpo”, disse.
O aumento dos casos de linchamento deve-se à percepção das populações que meliantes presos são posteriormente soltos voltando depois a praticar crimes.
Meliantes presos pelos populares são apedrejados e agredidos até à morte e depois queimados.
O porta-voz do comando provincial da policia Zacarias Zama disse que a função da polícia é deter pessoas alegadamente envolvidas em crimes mas depois disso “cabe aos órgãos de justiça pôr em liberdade ou não”.
Zama disse ser verdade que tem havido casos em que meliantes foram soltos e depois cometeram os mesmos crimes ou “até mais dolorosos”.
“Já temos visto isso”, acrescentou sublinhando depois da polícia deter "é o Ministério Público que tem a responsabilidade do processo”.