O Presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, vai a Moçambique na próxima semana para uma visita destinada a melhorar as tensas relações entre os dois países e tentar reatar as negociações sobre a pretensão malawiana de utilizar o rio Chire nas suas transações comerciais com o exterior.
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Em alguns círculos de opinião a visita do estadista malawiano é vista com uma grande importância, num contexto em que o relacionamento entre os dois países é caraterizado por inicidentes violentos, incluindo mortes de pessoas.
"É uma visita importante, porque Lazarus Chakwera representa um novo impulso à democracia na região da SADC(Comunidade para o Desenvolovimento da África Austral) e o regresso ao poder do Malawi Congress Party, do falecido líder malawiano, Kamuzu Banda", afirmou o analista Adriano Nuvunga, director executivo do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD).
Veja Também Após 26 anos na oposição partido que fundou o Malawi regressa ao poderPor seu turno, o analista Sande Carmona diz compreender a relativa dependência do Malawi em relação a Moçambique, mas Maputo não deve capitalizar este aspecto "porque Moçambique não deve criar mais inimigos, mas sim ter mais aliados para conseguir levar avante o seu projeto de desenvolvimento do país e da região".
Carmona afirma acreditar que a navegabilidade do rio Chire domine as conversações entre os Presidentes Filipe Nyusi e Lazarus Chakwera e criticou o fato de o assunto nunca ter sido submetido a debate público.
Moçambique, por razões fundamentalmente,ambientais, opõe-se à pretensão do Malawi de usar aquele rio para as suas transações comerciais.
Para o analista Francisco Matsinhe, o fato de Lazarus Chakwera visitar Moçambique poucos meses depois da sua investidura, representa o interesse que tem em melhorar as relações com o país vizinho, " que nunca foram boas".
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