A companhia de bandeira Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) encontra-se mergulhada numa grave crise, com voos atrasados, voos que vão contra objectos estranhos, entre outras situações anómalas.
Esta realidade começa a colocar em causa a sua capacidade de competir com outras companhias, sobretudo numa altura em que algumas figuras do poder político criam empresas aéreas.
O director do Instituto de Estudos Económicos e Sociais(IESE), António Francisco, avisa, no entanto, que só reformas profundas ao nível das empresas públicas, muitas das quais são deficitárias, podem tirar a LAM dessa situação.
No seu discurso sobre o estado da nação, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, fez referência a pelo menos 63 empresas que irão entrar num processo de reestruturação ou de
"As empresas públicas deviam fazer parte de um programa de reformas que o Governo prometeu fazer", diz António Francisco,
Para o economista, esta altura de princípio do ano, em que o Governo vai ter que fazer processos de reforma, é boa para que os aspectos relacionados com a viabilização das empresas públicas sejam esclarecidos.
Na sua opinião, é uma boa oportunidade para que o Estado possa se alinhar na perspectiva de garantir que as empresas públicas, em vez de prejuízos, "tragam benefícios, contribuam para as receitas e para a qualidade dos serviços e forcem as outras empresas a tornarem-se concorrentes".
"Geralmente, isto é difícil em empresas públicas porque quem as gere não tem que tirar dinheiro do seu bolso e em muitos casos é mais relaxado e mais negligente quanto aos custos. É verdade que o objectivo de um privado é gerar lucro, mas também paga os custos", afirmou ainda o director do IESE.
Recentemente, os trabalhadores das Linhas Aéreas de Moçambique denunciaram uma série alegadas irregularidades praticadas naquela empresa.