“Que 2015 seja o ano da mobilização total para a mudança em 2017”. Esta foi a palavra de ordem que dominou a agenda do presidente da UNITA, Isaías Samakuva, que durante 48 horas esteve em visita de trabalho na província do Kwanza-Sul.
As cidades de Porto-Amboim, Gabela e vila da Conda foram as localidades por onde Samakuva passou, no fim-de-semana de 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro, e onde manteve contacto com militantes e simpatizantes do galo negro com objectivo de fortalecer as estruturas do maior partido de oposição em Angola.
Os sectores da saúde, educação, energia e águas, obras públicas e emprego foram os que mais atenção mereceram de Samakuva por os considerar como sendo os mais débeis em termos de capacidade de resposta as
necessidades.
Debruçando-se sobre a actividade partidária que a UNITA tem desenvolvido no município de Porto-Amboim, Samakuva falou das fricções existentes entre a administração local e o seu partido sobre o local onde o seu partido funciona. Samakuva afirmou que há tentativas de desalojar a UNITA porque o imóvel tem seu proprietário:
"Achamos que era importante pararmos aqui exactamente para sentirmos o pulso do partido também aqui no Porto-Amboim. No que nos parece de longe é que há alguma dificuldade aqui da UNITA se desenvolver rapidamente e nós perguntamo-nos: Será que o povo do Porto-Amboim está satisfeito com a governação que temos no país?"
Samakuva apontou a falta de habitação, de acesso à escola, à saúde, ao emprego em Porto-Amboim, como "bons" motivos para o povo estar insatisfeito.
"Nós verificamos por toda parte que as pessoas, os cidadãos angolanos têm dificuldades até de se tratar nos hospitais porque quando chega lá no hospital não te tratam bem porque você não deu a gasosa", acrescentou.
Na Gabela, Isaías Samakuva disse que os sobas não desempenham o seu verdadeiro papel nas comunidades e continuam a ser instrumentalizados para criar constrangimentos ao seu partido: "Porque estão a ser instrumentalizados em muitas áreas. Há tendências de instrumentalizar os membros da autoridade tradicional para serem veículos de um partido. E quando eles teimam são intimidados de tal forma que em muitos casos são lhes retirados os subsídios a que têm direito só porque, ou estiveram numa actividade da UNITA, ou falaram com alguém da UNITA ou permitiram o cumprimento da Lei".
Samakuva aproveitou para falar da situação criada com a baixa do preço do petróleo no país, dando como exemplo um estabelecimento comercial cujo gestor ao fim do ano económico apresenta situação líquida nulo que - para ele este gestor conheceria despedimento imediato, numa alusão ao Presidente Eduardo dos Santos:
"Podemos estar ali no bairro, estrada cheia de poeira, quando chove
tem lama e águas paradas, que nos criam mosquitos. Tudo isso é algo que Angola pode evitar e se não consegue evitar é porque aquele que está aí, cujo trabalho é exactamente criar condições para uma vida melhor do cidadão, não está a fazer o seu trabalho. O governante não é o dono disto, não é o dono do país. Ele é apenas servidor do país ou seja servidor do povo.O dinheiro que ele tem para fazer as coisas é nosso dinheiro. Ele está aí só como gestor do país, gerente do país, gerente dos nossos interesses".
O líder da UNITA sublinhou também que o país tem recursos necessários para que os angolanos procurem a prosperidade e para quem o sector da agricultura deveria ser a grande aposta do Governo para que haja estabilidade no país.
Nesta sua visita de trabalho à província do Kwanza Sul, Isaías Samakuva fez-se acompanhar por vários quadros partidários com destaque para Alicerces Mango secretário geral da JURA, Liberty Chiaka secretário provincial do Huambo e Adérito Kandambo do Bié .
Fernando Caetano