O republicano Kevin McCarthy foi eleito presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos na madrugada deste sábado, 7, após 15 votações e durante cinco dias, o que aconteceu pela primeira vez nos últimos 100 anos.
Apesar de o Partido Republicano ter a maioria na Câmara, com 222 representantes contra 212 do Partido Democrata, um grupo considerado de ultradireita impediu a eleição de McCarthy nas primeiras votações.
Veja Também Eleição para presidente da Câmara dos Representantes nos EUA entra no terceiro dia e vai a 12ª votaçãoApós muitas cedências, inclusive a possibilidade de qualquer qualquer parlamentar poder pedir sua destituição a qualquer momento, facto que cortará drasticamente o poder que ele terá ao tentar aprovar legislação sobre questões fundamentais como o orçamento do governo e outras crises que possam surgir, o congressista da Califórnia, de 57 anos e braço direito do antigo Presidente Donald Trump na Câmara, foi eleito porque alguns ds radicais decidiu-se abster-se na 151a. ronda da eleição.
Ele obteve assim 216 votos contra 212 do líder democrata, Hakeem Jeffries, que obteve todos os votos da sua bancada.
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"Espero que uma coisa fique clara depois desta semana: nunca vou desistir. E nunca desistirei de vocês, povo americano", escreveu McCarthy no twitter, depois de, numa primeira reacção aos jornalistas ter dito "estou feliz porque acabou.
Como "speaker" (orador em inglês), como é conhecido o cargo de presidente da Câmara dos Representantes, McCarthy é, a partir de agora, o terceiro político mais poderoso nos Estados Unidos.
Veja Também Republicanos vivem momento caótico ao não conseguirem eleger presidente da Câmara dos RepresentantesReacções do Presidente e do líder democrata no Senado
Além de ser o segundo na sucessão presidencial, depois da vice-presidente, ele tem autoridade para bloquear a agenda legislativa do Presidente, agendar temas e votações de interesse do seu partido em economia, energia e imigração e avançar com investigações contra Joe Biden e seu Governo.
Analistas políticos convergem que esse processo eleitoral revelou a profunda divisão existente no Partido Republicano.
Após a eleição, presidente emitiu uma declaração em que felicita McCarthy.
"Estou preparado para trabalhar com os republicanos quando puder e os eleitores deixaram claro que esperam que os republicanos estejam preparados para trabalhar comigo também”, escreveu.
Por seu lado, o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer disse em um comunicado que “o emprego de sonho de McCarthy pode tornar-se um pesadelo para o povo americano” porque, para obter o número necessário de votos, “ele se rendeu às exigências à ala marginal do Partido Republicano”.
“As concessões de Kevin McCarthy aos extremistas do seu partido tornam muito mais provável que a Câmara controlada pelos republicanos do MAGA (Make America Great Again, o slogan de camoanha de Donald Trump), provoque a paralisação do Governo ou um calote com consequências devastadoras para nosso país”, concluiu Schumer.
Membros da ala ultraconservadora, cerca de uma dezena dos 435 parlamentares, disseram que McCarthy não é conservador o suficiente para liderar a Câmara, que não está envolvido nas chamadas "lutas culturais" conservadores, e que eles pretendem reduzir o poder do "speaker" e dar aos legisladores comuns mais influência na aprovação das leis.
Depois da vitória, McCarthy empossou todos os parlamentares que começam agora uma nova legislatura de dois anos.
Os senadores tomarão posse na terça-feira, 10, órgão controlado pelos democratas que têm 51 membros (incluindo dois independententes que votam sempre a agenda democrata), contra 49 republicanos.
O Senado deve continuar a ser presidente por Chuck Schummer.