A vice-presidente dos Estados Unidos endossou nesta quinta-feira, 10, o pedido de diversos líderes mundiais por uma investigação internacional sobre crimes de guerra durante a invasão da Ucrânia pelo Rússia e o bombardeamento de civis, incluindo crianças e mulheres grávidas numa Maternidade ontem.
“Absolutamente deve haver uma investigação e todos nós deveríamos estar atentos”, disse Kamala Harris em Varsóvia numa declaração ao lado do Presidente polaco Andrrzej Duda.
“É óbvio para nós que na Ucrânia os russos estão cometendo crimes de guerra”, acusou o chefe de Estado da Polónia.
Kamala Harris, que procurou demonstrar o apoio de Washington aos aliados da NATO na Europa Oriental, fez o apelo um dia depois das forças russas terem bombardeado uma Maternidade na cidade ucraniana de Mariupol, que matou pelo menos três pessoas, incluindo uma criança, segundo autoridades ucranianas.
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Em comunicado, Harris também anunciou uma nova ajuda humanitária, no valor 53 milhões de dólares, “para apoiar civis inocentes afectados pela invasão injustificada da Ucrânia pela Rússia”.
Há duas semanas, Washington doou cerca de 54 milhões de dólares em ajuda para suprimentos médicos, alimentos, cobertores térmicos e outros bens essenciais.
Crimes de guerra
Na quarta-feira, a Amnistia Internacional disse que o ataque aéreo russo no dia 3 de Março, que terá morto 47 civis na cidade de Chernihiv, pode constituir crime de guerra.
A organização de defesa de direitos direitos humanos acrescentou que entrevistas e análises de vídeo indicam que as bombas não guiadas conhecidas como “bombas idiotas” foram usadas principalmente para atingir civis que estavam numa fila à espera de comida.
Encontro sem avanços e Rússia acusa Ocidente
Entretanto, na Turquia, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e o seu colega russo, Sergei Lavrov, falaram nesta quinta-feira, mas não se registaram progressos numa eventual solução diplomática.
Esta foi a primeira reunião de alto nível entre os dois países desde que Moscovo invadiu a Ucrânia a 24 de Fevereiro.
Numa conferência de imprensa após o encontro, Kuleba admitiu que parece que a Rússia continuará sua ofensiva até que a Ucrânia se renda.
“Quero repetir que a Ucrânia não se rendeu, não se rende e não se renderá”, afirmou o chefe da diplomacia de Kyiv.
Por seu lado, em separado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia disse que a operação militar decorre como planeado e acusou o Ocidente de “se comportar perigosamente” sobre a Ucrânia.
Serguei Lavrov acrescentou que a Rússia está pronta para retomar as negociações e que o Presidente russo, Vladimir Putin, não recusará uma reunião com o homólogo ucraniano Volodymyr Zelenskyy para discutir questões “específicas”.
Ele concluiu que Moscovo foi forçado a invadir a Ucrânia porque o Ocidente rejeitou “nossa proposta sobre garantias de segurança”.