Justiça brasileira com mão pesada sobre assassínios de Marielle Franco

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Marielle Franco, vereadora assassinada, Rio de Janeiro, Brasil (Foto de Arquivo)

Apesar de altas penas, não deverão cumprir mais de 18 anos de prisão

Os antigos agentes da Polícia Militar Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram condenados a 78 anos e nove meses de prisão e 50 meses e oito meses de prisão pelo assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Brasil. Marielle Francos do seu motorista Anderson Gomes, a 14 de março de 2018.

“A Justiça por vezes é lenta, é cega, é burra, é injusta, é errada, é torta, mas ela chega. A Justiça chega para aqueles que como os acusados acham que jamais serão atingidos pela Justiça", disse, na quinta-feira, 31, a juíza Lúcia Glioche na leitura da sentença que o Ministério Público, tinha pedido que fosse de 84 anos de prisão para os dois.

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A acusação anunciou que vai recorrer.

Após a sentença, as famílias de Franco e Gomes abraçaram-se, aplaudiram e choraram, mas lamentaram que os mandantes do crime não tenham sido condenados.

“A justiça não está completa, onde estão os mandantes do crime”, perguntou o pai da antiga vereadora, António Franco.

"É a Justiça sendo feita", disse viúva de Anderson Gomes, enquanto a mãe de Marielle Franco, Marinete, afirmou "cada dia é uma vitória".

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Ronnie e Élcio foram enquadrados em duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle que sobreviveu ao atentado.

Eles também terão de pagar pensões aos familiares.

Apesar das penas, Lessa e Élcio devem sair da prisão bem antes, por terem assinado um acordo com a justiça.

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Élcio Queiroz ficará preso, no máximo, por 12 anos em regime fechado, enquanto Ronnie Lessa ficará preso por, no máximo, 18 anos em regime fechado e mais 2 anos em regime semiaberto.

Marielle Franco e Anderson Gomes foi morta a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21 horas e 30 minutos de 14 de março de 2018.

O crime provocou uma onda de protestos e reações no Brasil e em vários países.