Juristas questionam objectivo da condenação do general José Maria

Entre outros, dizem que primeira-dama devia ser chamada falar sobre os desvios financeiros

A condenação do general António José Maria a três anos de prisão efectiva na sexta-feia, 22, continua a suscitar várias reacções em Angola.

Depois de no programa da VOA Angola Fala Só, na sexta-feira, o deputado pela CASA-CE Makuta Nkondo ter dito que a condenação “cheira a vingança”, juristas admitem que, desta forma, ele pode escapar à condenação por outros crimes “graves” cometidos durante o regime de José Eduardo dos Santos.

O general “Zé Maria”, como é conhecido, antigo chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), foi condenado por extravio de documentos militares e absolvido do crime de insubordinação.

O jurista Pedro Kaprakata diz que apenas um cidadão pouco atento poderá acreditar na justiça angolana.

Kaprakata afirma que, enquanto um dos mais próximos colaboradores e homem de confiança do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, cometeu crimes mais pesados e que “estes processos visam torná-los impunes”.

“Uma das pessoas que tinha que ser responabilizada é a primeira-dama sobre os saques que aconteceram”, acrescentou o jurista, para quem “Zé Maria e Miala não sabem nada o que se passou neste pais com as mortes que aconteceram”.

Para o jurista Agostinho Canando, a maior preocupação actualmente consiste no facto de muitos processos visarem apenas mexer na opinião pública e não para alcançar a justiça.

“Se não for feita justiça, daqui para frente o sistema de justiça fica sem credibilidade” apontou.

O general José Maria continua em prisão prisão domiciliária até o processo transitar em julgado, após pedido de recurso do advogado de defesa. Sérgio Raimundo.